Usiminas registra Ebitda de R$ 441 milhões no terceiro trimestre


 Destaques no período foram a venda recorde de minério de ferro e as mudanças no perfil da dívida da companhia

 A Usiminas apresentou na sexta-feira, 25, os resultados referentes ao terceiro trimestre de 2019. A companhia encerrou o período com um Ebitda Ajustado Consolidado (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 441 milhões e margem de Ebitda Ajustado de 11,5%. Nos três meses anteriores, esses indicadores atingiram, respectivamente, R$ 576 milhões e 16%. O resultado líquido ficou negativo em R$ 139 milhões devido, principalmente, à variação cambial. A desvalorização do real frente ao dólar atingiu 8,7% no período, gerando perdas cambiais de R$ 286 milhões no 3T19 contra ganhos cambiais de R$ 17 milhões no segundo trimestre deste ano.

A produção de aço bruto na usina de Ipatinga atingiu 834 mil toneladas no trimestre e as vendas totais de laminados somaram 1 milhão de toneladas, ambas estáveis em relação ao 2T19.

Entre os destaques do trimestre, estiveram a elevação no volume de produção da Mineração Usiminas (Musa), que atingiu 2,3 milhões de toneladas, num crescimento de 29% em relação ao trimestre anterior, e nas vendas recordes de minério de ferro. Vale destacar ainda o novo perfil do endividamento da companhia, marcado por novos prazos de pagamento e menores encargos financeiros.

O presidente da Usiminas, Sergio Leite, lembra que o consumo aparente de produtos siderúrgicos planos teve queda de 2,1% no período entre janeiro e agosto, segundo dados divulgados pelo Instituto Aço Brasil. “A economia brasileira segue em processo de recuperação, mas muito aquém das expectativas. Ainda assim, mantivemos nossa previsão de investimentos para 2019, da ordem de R$ 800 milhões, e seguimos confiantes na recuperação da economia e na força do nosso time para superar esses desafios”, afirma Leite.

Investimentos e Endividamento

 O Capex da Usiminas no terceiro trimestre totalizou R$ 140 milhões, uma elevação de 33% em relação aos três meses anteriores, de R$ 105 milhões. Os investimentos foram direcionados, principalmente, em sustaining capex, segurança e meio ambiente, divididos em 83% para a unidade de Siderurgia, 16% para a Mineração e 1% para a unidade de Transformação do Aço, aproximadamente.

No que diz respeito ao endividamento financeiro da companhia, o terceiro trimestre foi encerrado também com impactos da desvalorização do real frente ao dólar. A dívida bruta consolidada encerrou o período em R$ 5,9 bilhões, numa elevação de 7,1% na comparação com o trimestre encerrado em 30 de junho. Ainda sobre a dívida, como evento subsequente ao fechamento do trimestre, a companhia realizou uma emissão de debêntures no valor de R$ 2 bilhões, destinados ao pré-pagamento de credores. Além disso, a empresa liquidou mais uma parcela do seu compromisso com os bancos, no valor de R$ 751 milhões, com recursos recebidos de empréstimo compulsório concedido à Eletrobrás.

 Unidades de Negócios

 Na área de Mineração, a Musa teve um Ebitda Ajustado da ordem de R$ 188 milhões no 3T19, estável em relação ao 2T19, de R$ 190 milhões. A Margem de Ebitda Ajustado ficou em 33,9%, contra 43% no trimestre anterior. Apesar do aumento de 25,8% na receita líquida do terceiro trimestre (R$ 555 milhões) comparado com o segundo (R$ 441 milhões), a margem refletiu o impacto do aumento nos preços dos fretes internacionais e nos menores prêmios pagos pelo minério de ferro no período.

A Soluções Usiminas, empresa que atua nos mercados de distribuição e processamento do aço, teve um Ebitda Ajustado no terceiro trimestre do ano de R$ 32 milhões, contra os R$ 37 milhões dos três meses anteriores. A queda, da ordem de 15%, é atribuída, principalmente, à elevação dos custos. A Margem de Ebitda Ajustado na SU ficou em 3,2% no 3T19, contra 4% no período anterior.

Já na Usiminas Mecânica, que tem foco na produção de bens de capital sob encomenda, o Ebitda Ajustado no terceiro trimestre ficou negativo em R$ 6 milhões, contra R$ 1 milhão positivo no 2T19. A Margem de Ebitda Ajustado no período foi de 4,6% negativa, contra 0,8% positiva no segundo trimestre.