Passado o embate eleitoral e empossado o novo governo, de tendência diferente do anterior, a sociedade espera por resultados. Enquanto as reformas andam a passos lentos no Congresso, a equipe econômica corta verbas de setores importantes na tentativa de não ultrapassar o déficit primário dos R$ 139 bilhões fixados no orçamento. Repete o que fizeram os governos anteriores, mas agora há a nefasta reação ideológica dos ditos prejudicados que nada fizeram quando a tesoura estava nas mãos de Lula e Dilma. É preciso compreender que Jair Bolsonaro não foi o criador déficit e desequilíbrio orçamentário, do empreguismo, das queimadas e de outros males. Pelo contrário, sua eleição deu-se na expectativa de, com nova postura, poder resolvê-los.
O governo propõe as leis que farão o país voltar à sustentabilidade e o Congresso tem o dever de analisar e votar as matérias com a máxima brevidade, pois cada dia que passa é mais sofrimento ao povo. Além da Previdência, já está encaminhada, são urgentes as reformas administrativa, econômica, política, eleitoral, trabalhista e outras. Desse conjunto de medidas há de resultar o reequilíbrio entre receita e despesa, a diminuição de gastos públicos, melhor política de impostos e medidas que impulsionem a economia e tragam de volta a produção e os empregos.
Não podemos ignorar que, além da União, existem os estados e municípios também em situação de déficit. E que, quando o ente federado cai na inadimplência, o socorro é responsabilidade da União. É por isso que se deve trabalhar pelas reformas a eles extensivas e pela manutenção de uma pacto federativo. Os políticos e burocratas têm de considerar que União e Estado, embora poderosos no contexto da administração pública e da representação política, são meras peças de ficção, pois ninguém mora na União e nem no estado; todos moramos no município. Logo, o município tem de ser bem tratado para poder tratar bem seus cidadãos, que constituem o grande patrimônio nacional.
Chegamos à hora da verdade. Precisamos de medidas concretas que devolvam o equilíbrio à economia e tornem o país atrativo aos investidores privados, já que o Estado não tem recursos para investir e, mesmo que tivesse, não deveria fazê-lo, pois é péssimo administrador de negócios. A grande tarefa dos governantes e da comunidade legislativa – Senado, Câmara, Assembléias e Câmaras Municipais – é encontrar fórmulas de solucionar o os problemas que afligem o povo. O atual governo já acabou com a compra de votos legislativos com cargos e benesses. Agora resta ao Legislativo não fazer dessa medida moralizadora uma arma, cumprindo bem a sua missão de fazer e modular as leis e, com isso, justificando a necessidade de sua existência…
Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo) – aspomilpm@terra.com.br