Fotos: Dani Dornelas
Evento, que deve reunir cerca de 150 marujos, marcará o encerramento do projeto de resgate e fortalecimento da tradição cultural e religiosa afro-brasileira
A primeira edição do projeto Memórias e Cores será concluída no próximo dia 6, de 8 às 14h, com o encontro de três grupos de congados que irão se apresentar no Clube Campestre Cachoeira das Pombas, na cidade de Guanhães.
A programação será aberta com o credenciamento dos congadeiros. Em seguida, às 10h, acontecerá a solenidade de abertura. Às 10h30, entrarão em cena os Marujos de Guanhães, grupo que conta com 31 integrantes, entre homens e mulheres, trajando figurino que lembra os marinheiros. Às 11h, será a vez dos Marujos do Vieira, da cidade de Peçanha, se apresentarem. Composto por 25 integrantes, todos homens, acredita-se que o grupo exista há mais de 200 anos. Os Marujos de São José dos Cocais, de Coronel Fabriciano, entram em cena às 11h30, com mais de 60 membros, entre crianças, jovens e idosos.
As apresentações dos grupos consistem nas danças e interpretações das músicas típicas de congado e marujada acompanhadas por instrumentos como sanfonas, violões, pandeiros, caixas, dentre outros instrumentos de percussão.
Outra atração do evento será o lançamento da cartilha do Memórias e Cores, que traz uma síntese da história do congado, desde o seu surgimento, e a história dos grupos contemplados com o projeto. A cartilha será lançada também em braile.
“Teremos um grande espetáculo de sons, de cores, danças e muitas memórias boas. Ao todo, vamos reunir cerca de 150 congadeiros no Campestre, um grupo muito animado e apaixonado pela tradição do congado”, comenta Éderson Caldas, que assina a produção do projeto.
RESGATE E FORTALECIMENTO
O Memórias e Cores nasceu com o propósito de resgatar e fortalecer grupos de congados e marujeiros de Minas. O projeto é realizado em várias etapas. “Oferecemos aos congadeiros oficinas com a historiadora e folclorista ouropretana, Deolinda Alice dos Santos, que desenvolveu com os grupos o temaPreservação e Resgate do Patrimônio Imaterial, numa abordagem da história do Congado e outras tradições relacionadas à religiosidade do povo brasileiro. Ao final do estudo, Deolinda orientou os grupos no processo de produção de um estandarte com a estampa do santo padroeiro de cada grupo.
Os congadeiros também participaram de uma Oficina de Arte e Criação de Indumentárias, ministrada pela artista visual, Rosane Dias, que coordenou estudos sobre figurinos típicos do Congado e atividades práticas para a confecção de capacetes.
Para Arnaldo Lúcio Pereira, o Arnaldo Muciço do Congado de Peçanha, o Memórias e Cores significa para o grupo o renascimento de um movimento que não poderia, mas estava adormecido. “Contávamos com 25 integrantes ao longo da nossa caminhada. Esse grupo foi dispersando e, de repente, éramos apenas três congadeiros. Agora, estamos recomeçando do zero. Com o grande apoio deste projeto, um presente para todos nós, já voltamos a ser um grupo numeroso e muito animado”, comentou.
PRODUÇÃO
O projeto Memórias e Cores, uma realização de MC Produção e Ministério da Cidadania, é patrocinado pela Cenibra, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, e traz em sua equipe de produção Éderson Caldas, coordenador geral e administrativo financeiro; Shirley Maclane, coordenadora de produção; Simonal Wilde, assistente de produção; Júlio Madeira, coordenador cultural; Helena Nunes, coordenadora de oficinas; Harumi Urabe, secretária; Marina Baião, assessora jurídica; Adilson Mariano, contador; Michel Petzold, elaboração de prestação de contas; Dani Dornelas, fotógrafa; Matícia Souza Alves, pesquisadora da cartilha, e Goretti Nunes, assessora de comunicação.