RBA – Apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão em campanha para sua indicação ao Prêmio Nobel da Paz, o que deve ser feito até 1º de fevereiro. Lula está preso desde abril do ano passado na superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba. Sua defesa, bem como inúmeros artistas, ativistas e juristas alegam que se trata de uma prisão política, dado a fragilidade das provas e do contexto político, que o retirou do pleito presidencial que elegeu seu opositor de extrema-direita Jair Bolsonaro (PSL).
Quem idealizou a candidatura de Lula foi um ativista laureado com o prêmio: o argentino Adolfo Pérez Esquivel. A atuação do ex-presidente em relação às políticas sociais, que retiraram 30 milhões de brasileiros da extrema pobreza e tirou o país do Mapa da Fome da ONU, motivaram Esquivel. “O Nobel para Lula ajudará a fortalecer a esperança de poder continuar construindo um novo amanhecer para dignificar a árvore da vida”, disse.
Esquivel ganhou o prêmio em 1980 após esforços em defesa dos direitos humanos, durante sua luta contra ditaduras em toda a América Latina. Como premissa para poder receber o Nobel da Paz, o comitê de julgamento ressalta: “Pessoa que teve feito a maior ou melhor ação pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz”.
O PT, fundado, entre outros, por Lula, defende a indicação do ex-presidente e destaca alguns argumentos: “Houve redução na taxa de desemprego próximo a 50%, segundo o IBGE, e uma criação de 15 milhões de novos empregos; Políticas sociais implementadas deixaram um Brasil com menos desigualdade social, pois a desigualdade média caiu 0,9% ao ano, no período entre 2003-2016; A implementação de programas de educação e saúde pública elevou o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Em 2010, chegou a US $ 10,607 dólares renda média anual, à expectativa de vida de 72,9 anos, a uma escolaridade de 7,2 anos de estudo e a uma expectativa de vida escolar de 13,8 anos”
Na quinta-feira,17, Lula recebeu a visita da secretária de Relações Internacionais do PT, Mônica Valente. Eles conversaram sobre a petição de Lula para receber o Nobel. “Dei um relato sobre o prêmio para ele e ele fico contente (…) O presidente Lula, além de ser uma fortaleza e um ser humano excepcional, em uma relação de igual para igual, ele passa uma força, e uma lucidez política sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo”, disse Mônica.
O abaixo-assinado para que seja efetivada a candidatura de Lula já passa de 460 mil assinaturas. Entretanto, são válidas para o comitê avaliador assinaturas de um grupo específico de pessoas: membros de assembleias nacionais e governos nacionais soberanos; membros do Tribunal Internacional de Justiça em Haia; membros do Institut de Droit Internacional; professores universitários, professores eméritos e professores associados de história, ciências sociais, direito, filosofia, teologia e religião; reitores e diretores universitários; diretores de institutos de pesquisa da paz e institutos de política externa; pessoas que receberam o Prêmio Nobel da Paz; membros da diretoria principal de organizações que receberam o Prêmio Nobel da Paz; e membros, ex-membros e ex-assessores do Comitê Norueguês do Nobel.
O prêmio
O Nobel da Paz é um dos maiores reconhecimentos do mundo. Além da Paz, existem outros quatro: Física; Química; Fisiologia ou Medicina; Literatura. A primeira cerimônia aconteceu em 1901 tendo, na ocasião, laureado Henri Dunant, fundador da Cruz Vermelha. Sua história remonta ao inventor sueco Alfred Nobel, inventor da dinamite.
Após ver com desgosto as mortes que sua invenção causou, Nobel propôs, em testamento, a criação de um prêmio daqueles que servissem ao bem da humanidade. Deixou mais de 90% de sua fortuna para a Fundação Nobel. Hoje, instituições de países nórdicos organizam a cerimônia, sendo que apenas o Nobel da Paz é concedido pelo Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo. Os demais, ficam a encargo da Academia Real das Ciências da Suécia, da Academia Sueca e do Instituto Karolinska, em Estocolmo.
Entre os ganhadores, é possível destacar nomes como o da paquistanesa militante pelo direito à educação Malala Yousafzai, o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, o líder palestino Yasser Arafat, o ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, Tenzin Gyatso, o 14º Dalai Lama, a ativista pela paz na Índia, Madre Tereza de Calcutá e o ativista dos direitos civis nos Estados Unidos Martin Luther King Jr