Monóculo gigante propõe reflexão sobre pontos históricos de Ipatinga


FOTO – Espaços públicos serão reproduzidos com a ausência dos patrimônios históricos, para testar a reação das pessoas Os monóculos, muito comuns nas décadas de 60 e 70 para apreciação de fotografias

A ideia do projeto é estimular, por meio de sentimentos de perda, a reflexão sobre o significado dos patrimônios

Você já imaginou andar pelo centro de Ipatinga e não encontrar a Estação Memória que fica na rua Belo Horizonte? Ou de repente não ver o Pontilhão de Ferro, que dá acesso ao bairro Veneza- 2? A reflexão sobre o sentimento de perda dos patrimônios históricos de Ipatinga é proposta por um grupo de estudantes do 10º período d curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Pitágoras e tem o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer. A ideia foi desenvolvida na disciplina de Urbanismo II pelos alunos Rafael
Lisbanho, Renan Vaz, Raphael Franklin, Renan Ermelindo e Ana Clara Scherre.
Os alunos foram provocados a promover uma intervenção urbana com execução prática, tendo como tema a relação dos patrimônios históricos da cidade com a população. Uma pesquisa feita pelos estudantes nas ruas de Ipatinga mostrou que grande parte dos moradores não conhece o acervo patrimonial do município. “Assim  elaboramos uma proposta por meio da qual pretendemos destacar a importância dos bens tombados e seu papel na perpetuação da história e da cultura da cidade, promovendo mais o uso e criando o
senso de pertencimento coletivo”, explica o universitário Rafael Lisbanho.

Monóculo gigante

A intervenção urbana propõe a reprodução em escala maior dos antigos monóculos (receptáculos com lentes de aumento que ampliavam a miniatura de uma fotografia, comuns nas décadas de 60 e 70, quando a revelação em papel ainda era inacessível à maioria das pessoas). Os estudantes confeccionaram o equipamento em MDF, com 40 centímetros de comprimento, que ficará montado em um tripé nas proximidades de alguns dos patrimônios históricos do município: Estação Pouso de Água Limpa, Pontilhão de Ferro e Estação Memória. Dentro da caixa serão reproduzidos, de forma impactante, os espaços públicos em que os patrimônios se situam, porém sem a sua existência. Eles serão removidos da imagem por meio de um programa de edição de fotos.
“A ideia é buscar o sentimento de perda e proporcionar reflexões aos participantes. Em seguida desenvolveremos um debate, registrando os pontos de vista e as reações causadas na população”, disse Rafael.
A intervenção urbana será nesta sexta-feira (9), em três locais. Às 14h, na Estação Pouso de Água Limpa (Maria Fumaça), entre o Novo Centro e o Veneza; Pontilhão de Ferro, às 15h, e às 16h, na Estação Memória, ambos na rua Belo Horizonte, no Centro. Nestes locais, as pessoas poderão fazer a observação por meio do monóculo gigante. Ainda haverá apresentação artística da Escola Municipal de Artes Cênicas com o musical “Identidade e Memória”.
O secretário municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Carlos Oliveira, elogiou a ideia e ressaltou a importância do projeto para ampliar a divulgação dos patrimônios históricos de Ipatinga. “Realmente, muitas pessoas não conhecem ou até mesmo não sabem dos patrimônios históricos da nossa cidade, e consequentemente não os utilizam. A proposta dos estudantes está em sintonia com aquilo que o prefeito Nardyello Rocha sempre prega, sendo ele mesmo nascido na cidade, que é dar ao morador de Ipatinga o sentimento de pertencimento”, disse.