Ela foi referência para vários cantores e ficou conhecida como Sapoti, apelido dado pelo presidente Getúlio Vargas. A cantora fluminense Angela Maria, de 89 anos, morreu na noite de sábado,29,, após 34 dias internada num hospital particular de São Paulo. A causa da morte ainda não foi divulgada. O velório está marcado para este domingo (30), a partir das 10h, no Cemitério Congonhas, em Vila Sofia, São Paulo.
Nascida em Macaé, em 13 de maio de 1929, Angela foi uma das cantoras mais famosas do Brasil nos anos 1950 e 1960. Ela tinha 70 anos de carreira. O empresário da artista, Thiago Marques Luiz, postou, em sua página do Facebook, uma foto ao lado dela e escreveu sobre sua importância no mundo da música:
“Com o maior pesar do mundo informo a todos vocês que a maior cantora do Brasil, a nossa Rainha Angela Maria, não está mais entre nós. Foram 89 anos de vida e quase 70 de sucesso, reconhecimento, carinho e respeito de todo povo brasileiro. Não houve (e por certo não haverá) nenhuma cantora na nossa música com história semelhante em termos de produtividade, importância e longevidade. Tenho muito orgulho de ter Angela Maria na minha história e, principalmente, de ter dado a ela todas as flores em vida. Pra sempre te amarei, “Estrela da nossa canção popular”, escreveu.
O marido dela, o empresário Daniel D’Angelo, divulgou um vídeo emocionado no Facebook falando sobre a morte da cantora, principalmente sobre os 34 dias de sofrimento na internação.
Os 70 anos de carreira da artista foram celebrado com o musical “Angela Maria — Lady Crooner”, apresentado, em junho, no palco do Teatro Carlos Gomes. A peça contou a trajetória pessoal e profissional da “Rainha do Rádio” — Angela foi uma das maiores estrelas da era de ouro da Rádio Nacional.
Em abril, a cantora apresentou a turnê “Angela Maria e as canções de Roberto e Erasmo”, quando levou aos palcos, além de suas canções, sucessos como “Sentado à beira do caminho”, “Você em minha vida”, “Sua estupidez”, “Eu disse adeus”, “O show já terminou” e “Como é grande o meu amor por você”.
Sapoti
Foi numa festa de réveillon, realizada no começo da década de 1950, que Ângela Maria ganhou o apelido que virou praticamente “sobrenome”, como ela contou em uma de suas últimas entrevistas ao Estado de Minas. A então Rainha do Rádio foi apresentada ao presidente Getúlio Vargas, que não escondeu a satisfação em conhecê-la. “Que prazer te conhecer, Sapoti”, disse ele. A estrela fechou a cara, pois achou que ele a chamara de “jabuti”.
“Só depois fui entender (risos). Ele me perguntou por que estava emburrada, e explicou que me apelidou de Sapoti porque eu tinha a cor daquela fruta e voz tão doce quanto o sabor dela. Nunca tinha comido sapoti, mas virou a minha marca. De vez em quando, um fã me presenteia com essa frutinha”, comenta a cantora.
Milton Nascimento era um dos seus grandes fãs e chegou a homenagear Angela Maria em uma parceria com o compositor Fernando Brant: A feminina voz do cantor.