Meio Ambiente cobra laudo sobre explosão na Usina


Polícia Civil, Ministério Público e autoridades ambientais estão mobilizadas para apurar causa da explosão, em Ipatinga. Empresa diz que plano é de retomada gradual das operações com a ‘máxima segurança’.
Por Flávia Cristini, G1, Belo Horizonte

Usiminas monta equipe técnica para avaliar as causas da explosão de gasômetro
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) vistoriou neste sábado,11, a área onde um gasômetro explodiu na Usiminas, em Ipatinga, no Vale do Aço. O órgão do governo solicitou à empresa a apresentação de laudo técnico que ateste que os equipamentos remanescentes têm condições físicas e mecânicas de funcionamento, que o incidente não comprometeu as estruturas necessárias à operação e que a continuidade da operação é segura.

O gasômetro explodiu no início da tarde desta sexta-feira (10) e deixou 34 feridos. Todos já receberam alta. O abalo provocado pela explosão chegou a ser registrado pelo observatório sismológico da Universidade de Brasília nesta sexta-feira (10). O abalo foi de 1,86 grau na escala Richter, o que é considerado um tremor de baixa intensidade.

Conforme a Secretaria de Meio Ambiente, a retomada das atividades acontecerá após a apresentação do laudo técnico e adoção das medidas pertinentes. A Usiminas disse que “prossegue com o plano de retomada gradual das operações, com a máxima segurança”. Na noite desta sexta, o presidente Sérgio Leite, disse que a usina voltou a operar parcialmente, após algumas áreas serem liberadas pelo controle de segurança da empresa.

Em nota, a empresa se posicionou sobre a retomada da atividade e segurança. “A empresa prossegue com o plano de retomada gradual das operações, com a máxima segurança. Algumas áreas sem conexão com o setor afetado pela ocorrência, como Despacho, Laminação a Frio e Unigal, estão reiniciando suas atividades. Até o momento, a empresa ainda não tem previsão de quando retornará a plena produção”.

Na vistoria feita pela Semad foi constatado que não houve alteração na qualidade do ar. “Os dados metereológicos indicaram que no momento e após o acidente as condições de dispersão dos gases na atmosfera estavam favoráveis”, informou o órgão do governo.

Após a explosão, várias áreas se mobilizaram. De acordo com a assessoria de imprensa do governo de Minas Gerais, forças de segurança do estado e órgãos ambientais estão empenhados.

MP e órgãos ambientais vão acompanhar investigação da explosão na Usiminas
Um gabinete de crise envolvendo o Ministério Público de Minas Gerais e autoridades de órgãos ambientais foi criado para acompanhar a investigação da explosão.

O caso gerou a abertura de inquérito pela Polícia Civil na cidade. Uma perícia preliminar foi feita, mas nenhuma hipótese para a causa foi divulgada. A investigação policial é conduzida pelo delegado Thiago Alves Henrique. Por estar em fase inicial, ele não deu detalhes sobre as diligências feitas. Segundo a assessoria, ainda serão necessárias perícias em novas áreas.

Na sexta-feir,10, o impacto foi sentido em vários bairros perto da Usiminas, segundo moradores. O momento exato foi registrado pela câmera da InterTV, afiliada da Globo no Vale do Aço.

Os funcionários deixaram a usina rapidamente, e os bombeiros foram chamados. O maior dos três tanques ficou completamente destruído.

Os 34 feridos, entre funcionários e prestadores de serviço, foram levados para o hospital, nenhum em estado grave. Segundo o Corpo de Bombeiros, uma pessoa teve ferimento no rosto, uma teve suspeita de intoxicação e, as demais, quadros de mal súbito decorrente de pânico ou inalação de gás.

O tanque que explodiu continha uma mistura de gases utilizada na produção de aço, denominada LDG (Linz Donawitz Gás), também chamado gás de aciaria. Os outros dois tanques idênticos, próximos ao que explodiu, foram “inertizados”. O material não é tóxico e o principal componente é o monóxido de carbono.

Em nota, a Usiminas também informou que monitorou a presença de gases na comunidade e não não há risco para a população. Sobre as causas da explosão, afirma que estão sendo investigadas pelas equipes técnicas, com o apoio de autoridades competentes.