Usiminas inicia projetos de restauração de patrimônios históricos de Ipatinga


Projetos, orçados em R$ 1,5 milhão, garantirão o resgate de bens imóveis com grande valor para a preservação da memória da cidade do Vale do Aço

 Três importantes bens imóveis do patrimônio histórico serão restaurados pela Usiminas em Ipatinga: a “Estação Pedra Mole”, a “Fazendinha” e o prédio da “Academia Olguin”. No total, a empresa deve investir cerca de R$ 1,5 milhão em reformas e adaptações dos imóveis. A “Estação Pedra Mole”(FOTO) e a “Fazendinha” já estão com seus projetos-executivos em andamento e serão restauradas no âmbito de um acordo com o Ministério Público, com aprovação prévia do Patrimônio Histórico e Artístico de Ipatinga.

O projeto de restauração da “Estação Pedra Mole” tem entre seus principais objetivos adequar o acesso e ambiente para abertura ao público. Entre as obras previstas para a “Estação” está a limpeza da estrada entre a av. Itália e as ruínas da estação, portões de acesso, restauração de estruturas, reboco e pintura, retirada de pichações, restauração da plataforma de embarque e ainda o cercamento do entorno da estação. Para essas obras, o orçamento previsto é de R$ 574 mil.

Conforme o promotor de Justiça Rafael Pureza, implementado o projeto de restauro da “Estação”, o lugar permitirá uma imersão histórica. “Os visitantes poderão reviver o início do século XX, conhecendo um pouco mais sobre a história local, do transporte ferroviário no Brasil e da colonização no interior de Minas Gerais. O acordo entre o MP e a Usiminas fomenta a educação ambiental e resgata o patrimônio histórico-cultural”.

No caso do restauro da “Fazendinha”, o objetivo é recuperar o imóvel de forma a manter suas características originais da época de sua construção, anterior ao período de industrialização de Ipatinga. No local serão feitas, entre outras intervenções, o restauro das paredes e pisos interno e externo do imóvel, recuperação do madeiramento dos pilares e baldrames, substituição do reservatório de água e tubulações e implantação de novas instalações elétricas. O orçamento previsto para as obras da “Fazendinha” é da ordem de R$ 246 mil. Conforme acertado com o MP, a empresa utilizará recursos originários de um Termo de Ajustamento de Conduta assinado em 2015 para as obras de restauro da “Estação” e da “Fazendinha”.

Para o projeto da “Academia”, aprovado na Lei Estadual de Incentivo à Cultura, o investimento previsto é da ordem de R$ 700 mil e o principal objetivo é permitir que o espaço volte a ter condições técnicas de ser utilizado como alternativa de apresentações cênicas/musicais na cidade. O local, que abriga salas de ensaio, teatro com 205 lugares e palco com cerca de 80 metros quadrados, receberá novo telhado, novas instalações elétricas, pintura e correção de revestimentos, além de reparos hidráulicos, sinalizações e saídas de emergência, entre outras reformas.

“Nossa meta é valorizar a memória cultural de Ipatinga com o restauro de um espaço que é um marco importante na trajetória de vários grupos de dança, teatro e das artes em geral do Vale do Aço. O espaço será dotado de todas as condições técnicas para continuar fomentando essas manifestações e ganhará ambiente exclusivo para exposições de artes plásticas. A Academia Olguin tem 46 anos de contribuição para a vida cultural da região e queremos dotá-la de todas as condições para continuar e expandir esse trabalho”, afirma a diretora do Instituto Cultural Usiminas, responsável pelos projetos de restauro, Penélope Portugal.

Importância histórica

A “Estação Pedra Mole” foi fundada em agosto de 1922, às margens do Rio Piracicaba, entre os bairros Cariru e Castelo.  O terreno onde a estação foi erguida possuía rochas de calcário que se quebravam com facilidade, popularmente chamadas de “Pedra Mole”. Projetada pelo engenheiro Pedro Nolasco, com grandes dificuldades, entre elas a presença do mosquito transmissor da febre maleita, responsável pela morte de muitos homens que ali trabalharam. Suas ruínas que conservam parte da edificação receberam proteção legal municipal em 3 de setembro de 1996. Para o projeto de restauração estão sendo consideradas adequações e acessibilidades previstas em lei para preparação do bem e abertura para visitação pública.

 A antiga sede da “Fazenda do Barbeiro”, hoje conhecida como “Fazendinha”, é uma construção com cerca de 152 metros quadrados e ocupa uma área de 11.760 metros quadrados. A edificação conta com três salas, três quartos, uma cozinha, sanitário e varanda.

A “Academia Olguin” surgiu na década de 70 com a chegada ao Vale do Aço da bailarina Zélia de Souza Franco Olguin, que com o apoio da Usiminas adaptou um antigo refeitório desativado da empresa num espaço para ensinar balé clássico e caratê, esse último a cargo do marido Mathias Olguin. O espaço logo se transformou no Teatro de Ipatinga e, durante décadas, realizou e recebeu grandes apresentações de dança, teatro e música. Quando de sua inauguração, o palco da academia era o segundo maior do Estado, menor apenas que o palco do Palácio das Artes, na capital Belo Horizonte.

Para a diretora do Instituto Cultural Usiminas, “o restauro desses três bens é de enorme importância não só para Ipatinga como para todo o Estado. Resgatar e preservar a memória desses locais é proporcionar às pessoas, dessas e das futuras gerações, o conhecimento de sua própria identidade. E a Usiminas, como uma empresa que tem sua história alicerçada na cidade, tem muito orgulho de participar dessas iniciativas”.