Protesto de servidores da educação infantil termina em confronto com a PM


m protesto de trabalhadores da educação infantil de Belo Horizonte terminou em confronto com a Polícia Militar na porta da Prefeitura da capital, na tarde desta segunda-feira (23). O ato, que bloqueava o trânsito, foi dispersado pelo Batalhão de Choque com jatos d’água. A categoria começou uma greve nesta segunda-feira (23).

De acordo com a Polícia Militar (PM), manifestantes tentaram invadir o prédio da Prefeitura, na Avenida Afonso Pena, no Centro da cidade, e por isso foram contidos.

Já segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede-BH), a confusão começou quando os manifestantes decidiram liberar uma pista da Avenida Afonso Pena. De acordo com o sindicato, a manifestação era pacífica e muitas crianças acompanhavam o ato.

Bombas de efeito moral e de gás foram usadas para conter protesto de professores. (Foto: Amanda Emiliano/Arquivo pessoal) Bombas de efeito moral e de gás foram usadas para conter protesto de professores. (Foto: Amanda Emiliano/Arquivo pessoal)
Bombas de efeito moral e de gás foram usadas para conter protesto de professores. (Foto: Amanda Emiliano/Arquivo pessoal)
A assessoria da entidade afirmou que foram usados jato d’água, bombas de gás de lacrimogênio e spray de pimenta contra os manifestantes.

Um sindicalista disse ao G1 que foi preso e estava sendo levado para a delegacia. A entidade confirmou que uma diretora também foi detida no ato.

O sindicato negou que tenha havido tentativa de invadir a prefeitura. De acordo com a entidade, os trabalhadores aguardavam em frente à prefeitura para serem recebidos por Alexandre Kalil (PHS).

Pouco após a confusão, o prefeito e a Secretaria Municipal de Educação, Ângela Dalben, iniciaram uma entrevista coletiva. Segundo a prefeitura, os manifestantes fecharam toda a Avenida Afonso Pena, que é uma das principais vias de acesso à região hospitalar.

Kalil disse que está aberto a novas negociações, mas afirmou que há a necessidade de formalização de reuniões e agendas para tratar de assuntos como a educação.

O trânsito na Avenida Afonso Pena estava bloqueado pela polícia às 13h47, e somente a pista de transporte de urgência, sentido Mangabeiras, estava liberada.

Professores da educação infantil municipal entraram em greve nesta segunda-feira (23) em Belo Horizonte. A categoria exige equiparação da carreira com a dos professores do ensino fundamental. Cerca de 70 mil crianças podem ficar prejudicadas.

O plano de carreira da educação infantil vai até o nível 15. Já a carreira dos professores do ensino fundamental vai até o nível 24. Segundo o Sind-Rede-BH, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) teria prometido durante a campanha essa carreira única na rede municipal.

Ainda de acordo com a categoria, os professores das Unidades Municipais de Ensino Infantil (Umeis) começam ganhando atualmente R$1.450. Já os do ensino fundamental, R$ 2.100. E esse salário aumenta com as progressões.

“A gente espera que, na data de hoje, a prefeitura chame uma reunião de negociação, pois a greve de hoje é simplesmente para cobrar uma promessa de campanha”, afirmou Wanderson Rocha, diretor do Sind-Rede-BH.

A Prefeitura de Belo Horizonte informou que equiparar o salário dos professores custaria cerca de R$ 80 milhões por ano, o que, segundo o Executivo, seria inviável. A administração municipal disse ainda que está aberta a negociação com a categoria.

Ainda conforme a prefeitura, os salários médios pagos aos professores são de R$3.409 para o ensino infantil e R$7.522 para o ensino fundamental. O executivo informou também que um projeto de lei que propõe aumento salarial para os professores com mais escolaridade já foi enviado para a Câmara.

O sindicato informou que Belo Horizonte tem hoje 131 Umeis, 31 escolas municipais de educação infantil e cerca de 30 escolas de ensino fundamental que têm turmas de educação infantil. Segundo a categoria, do total, 59 unidades estão totalmente paradas e 103, parcialmente paralisadas.