13º Festival Artes Vertentes anuncia programação – 19 a 29/09
A 13ª edição do Festival Artes Vertentes – Festival Internacional de Artes de Tiradentes, reconhecido como um dos mais importantes festivais de artes integradas do país, será realizada entre os dias 19 e 29 de setembro na cidade histórica. A programação reúne concertos, exposições, espetáculos de artes cênicas, exibições, bate-papos, residências artísticas, oficinas, além de uma série de atividades voltadas para a promoção das artes e do conhecimento.
O tema escolhido para nortear a programação desta edição será Alteridade. A proposta é oferecer uma programação que seja capaz de promover reflexões acerca da importância de se respeitar as individualidades e a construção coletiva na busca pela compreensão das diferenças. “Estamos convictos de que reconhecer a existência de pessoas e culturas singulares e subjetivas, que pensam, agem e entendem o mundo de suas próprias maneiras é um primeiro passo importante para a formação de uma sociedade justa, equilibrada, democrática e tolerante. Estamos empenhados em realizar esta reflexão de forma plural e diversificada”, destaca Luiz Gustavo Carvalho, curador e diretor artístico do Festival Artes Vertentes.
Na área de literatura, entre as participações confirmadas desta edição, estão: o líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor Ailton Krenak. Também estão confirmadas as participações dos escritores e pensadores: Sidarta Ribeiro (Brasil), Prisca Agustoni (Suíça), Ghayath Almadhoun (Palestina), Marina Skalova (França), Joaquim Arena (Cabo Verde), Egana Djabbarova (Rússia), Tal Nitzán (Israel), Vó Geralda (Brasil), Liça Pataxoop (Brasil), Ricardo Domeneck (Brasil), entre outras referências na área.
Na área musical, entre os destaques nacionais desta edição estão: Cátia de França, Metá Metá (Juçara Marçal, Kiko Dinucci e Thiago França), Cristian Budu, Hercules Gomes, Gustavo Carvalho, e Manuela Freua. Entre os destaques internacionais, o violoncelista Guillaume Martigné (França), que vem pela primeira vez ao Brasil, clarinetista Thorsten Johanns (Alemanha), a violinista Sofia Leandro (Portugal), o pianista Ryutaro Suzuki (Japão), que também participa pela primeira vez, o pianista Jacob Katsnelson (Rússia), o violinista Ara Harutyunyan (Armênia), a violinista Dárya Filippenko (Bielorússia), e o fagotista Adolfo Caberizo (Espanha).
No campo das artes visuais, o festival contará com apresentações de trabalhos assinados por nomes como Leonilson (Brasil), Alcino Fernandes (Brasil), que será o artista residente, Alejandro Cartagena (México), Eder Santos (Brasil)), entre outros.
A programação ainda conta com artes cênicas, incluindo a apresentação dos espetáculos Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui, vencedor do Festival Cenas Curtas 2023 e O Estrangeiro reloaded, protagonizado por Guilherme Leme, com direção da Vera Holtz, além do premiado “Tebas Land”. Com dramaturgia do uruguaio Sergio Blanco, e direção de Victor Garcia Peralta, a peça é uma autoficção que acompanha os encontros entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em escrever a história do crime. A montagem é vencedora de diversos prêmios como Shell de Melhor Ator (Otto Jr.), Botequim Cultural de Melhor ator: (Robson Torinni), Melhor diretor: (Victor Garcia Peralta), Melhor espetáculo, o Prêmio Cenym de melhor montagem brasileira, além de receber diversas outras indicações.
Os destaques da programação de cinema serão os filmes de Michel Khleifi (Palestina), Hanna Polak (Polônia), Maria Saakyan (Armênia), Djibril Diop Mambéty (Senegal), Forough Farrokhzad (Irã), Lionel Rogosin (Estados Unidos), Avi Mograbi (Israel), entre outros.
Programação
O primeiro dia do 13º Festival Artes Vertentes, 19 de setembro, contará com uma ampla programação, incluindo a abertura de quatro exposições, às 17h, em diferentes espaços da cidade histórica. O Centro Cultural Yves Alves receberá duas dessas exposições: “Leonilson: Na cor dos lábios do meu amor” e “Alcino Fernandes: Você disse que sabia amar”. Com curadoria de Ricardo Resende e Luiz Gustavo Carvalho, “Leonilson: Na cor dos lábios do meu amor” reúne desenhos, pintura, objetos e instalações do artista. Durante a sua trajetória, Leonilson explorou temas distintos, com os últimos dez anos de produção marcados por uma obra com forte cunho autobiográfico. Em suas obras, o artista percorre o limiar entre o dito e o silenciado, dialogando seu fazer artístico com suas vivências enquanto soropositivo.
Já “Alcino Fernandes: Você disse que sabia amar” é fruto do desejo do Festival Artes Vertentes de ressaltar também o impacto de Leonilson no universo criativo de diferentes artistas contemporâneos, propondo um diálogo entre a obra de um dos maiores nomes da arte brasileira do século XX e a produção de outros artistas que estarão presentes no Festival. É o caso de Fernandes, que será um dos artistas residentes desta 13ª edição. Com uma produção que explora fricções entre violência-sutileza e densidade-vazio, Alcino atravessa a dor como ofício de memória e esquecimento.
O Quatro Cantos Espaço Cultural receberá a exposição “Silêncios dos exílios”. Entrelaçando a escrita e a fotografia, a exposição reúne trabalhos produzidos pela poeta Marina Skalova e a fotógrafa Nadège Abadie. As obras questionam a migração por meio da linguagem e da imagem através de um trabalho delicado desenvolvido entre os anos de 2016 e 2019, envolvendo a participação de quase cem imigrantes. Já a exposição coletiva “Gente que somos… apenas gente” ocupa a Galeria IPHAN reunindo trabalhos realizados pelos alunos e alunas da Ação Cultural Artes Vertentes, que o Festival realiza ao longo do ano na cidade de Tiradentes. Serão apresentados os trabalhos dos alunos dos cursos de Artes Visuais, Fotografia e Cerâmica.
Ainda no primeiro dia, a abertura oficial do 13º Festival Artes Vertentes está marcada para as 18h30, no Centro Cultural Yves Alves. A cerimônia contará com a exibição da videoarte Gente, realizada pelos participantes da Ação Cultural Artes Vertentes e apresentação do Coro VivAvoz e do coro Vozes da APAE. Desde 2013, o Festival Artes Vertentes vai além dos onze dias da programação de cada edição. De fevereiro ao início de dezembro, ele promove a Ação Cultural Artes Vertentes, oferecendo gratuitamente a crianças, adolescentes e adultos de Tiradentes cursos de música, artes visuais, cerâmica e fotografia.
Concluindo a programação de abertura, às 21h, no Largo de Sant’Ana, o público é convidado para o concerto “No rastro de Catarina”, com a cantora, compositora, instrumentista, escritora, sonoplasta e diretora musical, Cátia de França. O repertório contempla as canções que fazem parte do quinto disco de estúdio da paraibana, que possui uma vasta trajetória musical pautada pela evolução de ritmos, experimentações e parcerias com artistas como Zé Ramalho, Dominguinhos, Sivuca, Lulu Santos, Chico César, Elba Ramalho e Bezerra da Silva.
No dia 20 de setembro, às 17h30, o violoncelista francês Guillaume Martigné se apresenta na Igreja Nossa Senhora da Penha de França, no distrito de Bichinho. No repertório do concerto, obras de Johann Sebastian Bach, Gaspar Cassadó e Gilberto Paganini. Às 19h, o Jardim do Museu Padre Toledo exibe “A pequena vendedora de Sol”, uma das obras-primas do mestre senegalês Djibril Diop Mambéty. Além dessa exibição, o média (45 min.) poderá ser visto gratuitamente em mais quatro sessões, nos dias 24 e 25 de setembro, terça e quarta-feira respectivamente, 10h e às 16h, no Centro Cultural Yves Alves.
Já às 20h, o Centro Cultural Yves Alves será palco do espetáculo “Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui”, vencedor do Festival Cenas Curtas 2023, promovido pelo Galpão Cine Horto, abordando a experiência de pessoas surdas e ouvintes negras e traz à tona questões essenciais de inclusão e diversidade nas artes. A montagem tem direção de Carlandreia Ribeiro, com texto escrito por ela em parceria com Marcos Andrade, e direção de texto em Libras por Dinalva Andrade.
O Ciclo de Ideias abre a programação do dia 21 de setembro, às 11h, no Jardim do IPHAN, promovendo uma conversa sobre formas de educação fora das paredes escolares com a participação de Vó Geralda, autora do livro “A porta aberta do sertão: histórias de Vó Geralda”, da educadora e liderança indígena Dona Liça Pataxoop e Isabela Nogueira.
Já às 15h, será inaugurada a exposição “A linha invisível” no Solar da Baronesa, em São João Del Rei. A exposição reúne trabalhos assinados por três artistas contemporâneos: o fotógrafo mexicano Alejandro Cartagena, o videoartista mineiro Éder Santos e o poeta palestino Ghayath Almadhoun. As obras selecionadas tratam sobre os limites geográficos impostos pela sociedade, que são capazes de restringir ou delimitar a extensão do nosso olhar e alterar a nossa percepção em relação ao outro. Com curadoria de Luiz Gustavo Carvalho, a exposição ficará em cartaz entre os dias 21 de setembro a 13 de outubro.
Às 16h, o Centro Cultural UFSJ também receberá o lançamento de “Falta de ar”, livro da poeta franco-alemã de origem russa Marina Skalova. A atividade irá contar com a participação da autora, que fará algumas leituras de peças da obra, acompanhada pela violinista portuguesa Sofia Leandro e pelo percussionista Bruno Santos. Em paralelo, também às 16h, o Centro Cultural Yves Alves abre a programação cinematográfica do Artes Vertentes com a exibição de “A paixão de JL”, com direção de Carlos Nader. O documentário traz um recorte do cotidiano de Leonilson com base em um diário em fitas cassete, nas quais ele gravou pensamentos, memórias e comentários sobre acontecimentos da época, sua relação com o trabalho e o impacto causado pelo diagnóstico de HIV.
Na sequência, às 18h45, Casa Museu Padre Toledo exibe o filme “Essa não sou eu”, drama russo/armênio de Maria Saakyan, um retrato de duas gerações de mulheres. Uma, diretora de um coral de prestígio internacional. A outra, sua filha, perdida entre a solidão e a tecnologia e experimentando os primeiros extremos da emoção adolescentes. Fechando a programação do dia 21 de setembro, às 20h30, a Igreja São João Evangelista, em Tiradentes, recebe o concerto “Schubertiade Ernestiana I”, com obras de Schubert e Lobo. Participam do concerto, os musicistas: Neto Bellotto (contrabaixo), Ryutaro Suzuki (piano), Jacob Katsnelson (piano) e Gustavo Carvalho (piano).
A programação do dia 22 de setembro terá início às 10h com um Café Literário no Sítio Serra Azul, na zona rural de Tiradentes, com a participação de Vó Geralda, que celebra o lançamento do livro “A porta aberta do sertão: histórias da Vó Geralda” (Relicário, 2024 e Rosana Nascimento. Na sequência, às 12h, o público terá a oportunidade de conferir, na Igreja São João Evangelista, o concerto “Ludus tonalis”, reunindo obras de Bach, Hindemith, Beethoven e Mozart. As peças serão executadas por Fábio Ogata (trompa), Ara Harutyunyan (violino), Dárya Filippenko (viola), Guillaume Martigné (cello), Jacob Katsnelson (piano) e Ryutaro Suzuki (piano).
Já as 15h, o Centro Cultural Yves Alves exibe o filme “Relações de classe”, do duo Danièlle Huillet e Jean-Marie Straub, dois dos maiores nomes da história do cinema de autor. Mais um Café Literário será realizado, às 16h, na Taberna d’Omar, com o escritor cabo-verdiano Joaquim Arena, vencedor do Prêmio Oceanos 2023 na categoria prosa pelo livro “Siríaco e Mister Charles”. O premiado livro do autor caboverdiano acompanha a história da improvável amizade entre o jovem Charles Darwin e Siríaco, um velho negro, ex-escravizado, que sofre de vitiligo. Sobrevoando os territórios da História e da imaginação, este é um romance sobre cumplicidade, raça, racismo, império e memória.
Dois concertos fecham a programação do dia 22 de setembro. Às 17h30, o concerto “Ao pôr do sol”, irá ocorrer ao ar livre, no Largo de Sant’Ana, apresentando obras de Rebecca Clarke, Schubert, Schnittke, interpretadas por Thorsten Johanns (clarineta), Adolfo Cabrerizo (fagote), Fábio Ogata (trompa), Ara Harutyunyan (violino), Sofia Leandro (violino), Dárya Filippenko (viola), Guillaume Martigné (cello) e Neto Bellotto (contrabaixo). Mais tarde, às 20h30, o Jardim do Museu Padre Toledo será palco do concerto “Fragmentos kafkianos”, que celebra o repertório de Kurtág, um compositor húngaro (ainda vivo), com a participação de Manuela Freua (soprano) e Sofia Leandro (violino). A apresentação é uma homenagem à efeméride de Kafka, que se estende por 2024, bem como os impulsos trazidos por meio de sua obra, evocando reflexões acerca da alteridade.
Após um fim de semana intenso, a programação do 13º Festival Artes Vertentes segue em pleno vapor ao longo de toda a semana. A programação do dia 23 de setembro inclui a realização de dois concertos. O primeiro deles, “Schubertiade Ernestiana II”, será no formato didático, e receberá alunos das escolas de Tiradentes. A atividade está marcada para às 15h30, na Igreja São João Evangelista, reunindo peças de Schubert, ao lado de brasileiros, como Ernesto Nazareth, Radamés Gnatalli, Tia Amélia, Chiquinha Gonzaga, Henrique Alves de Mesquita e Francisco Mignone, interpretadas por Cristian Budu (piano) e Gustavo Carvalho (piano).
O segundo concerto do dia, “A flor da pele”, dá continuidade ao diálogo entre a erudito e o popular e irá retratar a música de diversos compositores que foram perseguidos e tiveram suas composições proibidas por diversas ditaduras ao redor do mundo. A apresentação está prevista para começar às 18h, também na Igreja São João Evangelista. No repertório, obras de Messiaen, Guarany, Nascimento, Gál, Berg, Vasques Dias, Taiguara, Buarque. A execução ficará por conta de Manuela Freua (soprano), Thorsten Johanns (clarineta), Ara Harutyunyan (violino), Sofia Leandro (violino), Guillaume Martigné (cello), Jacob Katsnelson (piano), Gustavo Carvalho (piano) e Bruno Santos (percussão).
Fechando o dia 23, o cinema russo é destaque com a exibição do longa “Algo melhor por vir”, de Hanna Polak, às 20h, no Jardim do Museu Padre Toledo. O filme acompanha Julia, que tem um sonho: ter uma vida normal. Durante 14 anos, a diretora Hanna Polak acompanha a vida de Iulia no território proibido da Svalka, um lixão localizado a apenas 20 quilômetros do Kremlin, na Rússia de Vladimir Putin.
No dia 24 de setembro, às 17 horas, o Ciclo de Ideias “A arte do expurgo ou da fraternidade – Leonilson e a contemporaneidade”, recebe o escritor Ricardo Domeneck e o artista visual Alcino Fernandes, para uma conversa acerca da obra de Leonilson. Na sequência, às 19h, o Festival Artes Vertentes exibe no Jardim do Museu Padre Toledo o único filme dirigido pela pioneira poeta iraniana feminista Forough Farrokhzad: o documentário “A casa é escura”. No curta-metragem, Farrokhzad encontra uma graça inesperada onde poucos pensariam em olhar: uma colônia de leprosos cujos habitantes vivem, amam, aprendem, brincam em uma comunidade independente isolada do resto do mundo. Encerrando o dia, às 19h30, o concerto “A alguns centímetros do chão: Hommage à Robert Schumann” apresenta uma coletânea de obras de R. Schumann, Clara Schumann e Kurtág. As peças serão executadas por Thorsten Johanns (clarineta), Dárya Filippenko (viola), Guillaume Martigné (cello) e Gustavo Carvalho (piano). A apresentação será na Igreja São João Evangelista.
Já no dia 25 de setembro, literatura e cinema de encontram no Jardim do Museu Padre Toledo, às 19h, com a performance literária “Leite negro” e a exibição de videopoemas do poeta palestino Ghayath Almadhoun. Traduzido para inúmeras línguas, a obra de Ghayath traz como temáticas principais a guerra e a destruição, a morte e a luta, o exílio e a saudade de casa. No mesmo dia, às 20h, na Igreja São João Evangelista, o Festival Artes Vertentes recebe um dos grandes destaques desta edição: um solo com o pianista japonês Ryutaro Suzuki, presença inédita no festival. Ele irá interpretar obras de Chopin e S. Rachmaninov, dois compositores que possuem uma relação muito forte com o exílio.
Abrindo a programação do dia 26 de setembro, um nome incontornável quando se pensa na questão da Alteridade, tema proposto para esta edição volta ao Festival Artes Vertentes: Ailton Krenak. Ele participará, de maneira virtual, de uma mesa redonda com Joaquim Arena, às 16h30, no Centro Cultural Yves Alves. Na sequência, às 18h, o poeta Ricardo Domeneck apresenta o livro “Cabeça de galinha no chão de cimento”, nas galerias do Centro Cultural Yves Alves. Na ocasião, o convidado realizará a leitura de poemas do livro e de textos criados durante o processo criativo em diálogo com a exposição “Leonilson: Na cor dos lábios do meu amor”.
Duas apresentações musicais fecham a agenda do dia, entre o erudito e o popular. Às 19h30, na Igreja São João Evangelista, o concerto “Schubertiade Ernestiana III” reúne os músicos Jesús Reina (violino), Ryutaro Suzuki (piano), Jacob Katsnelson (piano) e Gustavo Carvalho (piano), na interpretação de obras assinadas por Schubert, Nazareth, Otaka, Rachmaninov e Ginastera. Na sequência, às 21h, o Largo de Sant’Ana, recebe uma apresentação gratuita do Metá Metá, trio formado pelos virtuoses Juçara Marçal, Kiko Dinucci e Thiago França. O grupo une elementos do jazz e rock, da música brasileira e africana, com sonoridades e ritmos únicos, entrelaçados pelos encontros de diversas culturas.
No dia seguinte, 27 de setembro, às 11h, a poeta russa Egana Djabbarova e poeta palestino Ghayath Almadhoun participam de um Ciclo de Ideias nos jardins do IPHAN, numa conversa sobre exílio político com medição de Svetlana Ruseishvili, pesquisadora transdiaspórica (Geórgia – Ucrânia – Rússia) e professora de sociologia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Os jardins do IPHAN também recebem um Café Literário às 16h30, com a aclamada poeta israelense Tal Nitzán, que lança seu romance de estreia Todas as crianças do mundo (editora Ars et Vita), que narra a história delicada de quatro protagonistas humanos e uma gata, em meio à violência arbitrária da vida urbana.
Na sequência, às 18h, o concerto “Notas do cárcere”, reúne um repertório assinado por compositores que foram presos durante os períodos de ditadura, na Igreja São João Evangelista. No repertório, composições assinadas por Bach, Beethoven, Schubert, Erik Satie, Chiquinha Gonzaga e Freitas. Os musicistas convidados são: Dárya Filippenko (viola), Jacob Katsnelson (piano), Hercules Gomes (piano) e Gustavo Carvalho (piano). Fechando a programação do dia, o Centro Cultural Yves Alves recebe o espetáculo “Tebas Land”, às 20h, com direção de Victor Garcia Peralta. A peça narra os encontros entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em contar sua história. Inspirado no mito de Édipo e na vida de São Martinho de Tours, o espetáculo ocorre na quadra de basquete de uma prisão.
O sábado, 28 de setembro, abre sua programação às 11h, com um Café Literário com o pianista Hercules Gomes e o jornalista, escritor e tradutor Irineu Franco Perpétuo na Taberna d’Omar. Criativo representante da tradição do pianista-compositor, com amplo trânsito no repertório erudito e popular, Hercules Gomes falará da diluição das fronteiras dos gêneros na música em conversa com Irineu Franco Perpetuo, autor do livro História Concisa da Música Clássica Brasileira (Alameda Editora). Já às 16h, mais um Café Literário é destaque, na Taberna d’Omar, com a participação de Egana Djabbarova, Marina Skalova, Maria Vragova e Prisca Agustoni. Na conversa serão abordadas questões de autotradução e tradução, já que a Marina Skalova e Prisca Agustoni se autotraduzem de várias línguas e Maria Vragova traduz de russo para português e vice-versa. Mais uma atração literária integra a agenda do dia, às 18h, no Jardim do Centro Cultural Yves Alves: “O que vocês têm a dizer?”, uma performance literária com as poetas Prisca Agustoni e Egana Djabbarova. Na ocasião, Djabbarova lança pela primeira vez no Brasil o seu livro de poesia “Rus bala” (Ars et Vita, 2024).
As artes cênicas e a música são destaque na programação noturna do dia 28. O Centro Cultural Yves Alves será palco, às 19h, da montagem “O Estrangeiro reloaded”, uma adaptação do clássico livro de Albert Camus (1913-1960), Prêmio Nobel de Literatura em 1957, protagonizada pelo ator e diretor Guilherme Leme, com direção de Vera Holtz. Meursault, o personagem central de “O Estrangeiro”, leva uma vida banal, até ser arrastado pela correnteza da vida e da história, numa narrativa que tem como ponto central o absurdo. Na sequência, às 20h30, a Igreja São João Evangelista recebe o concerto “Após um sonho”, que reunirá obras de Haydn, Fauré, Piazzolla e Shostakovich, com a participação dos musicistas Jesús Reina (violino), Dárya Filippenko (viola), Jacob Katsnelson (piano), e Gustavo Carvalho (piano).
O último dia de Festival Artes Vertentes, 29 de setembro, conta com uma programação intensa e diversa. Começando às 11h, o Centro Cultural UFSJ, com uma apresentação do músico Hercules Gomes, que integra a série Artes Vertentes solo. No repertório, uma série de composições autorais, além de obras assinadas por nomes que integram a sua trajetória na música. Encerrando a programação de cinema do Festival Artes Vertentes, o dia 29 conta com uma sessão especial dupla no Centro Cultural Yves Alves que mergulha no conflito árabe-palestino em seus aspectos humanos e culturais. Às 14h, será exibido “Casamentos proibidos na Terra Santa”, documentário de Michel Khleifi que examina vários tipos de casamentos mistos entre árabes e judeus na Palestina e em Israel abrangendo diferentes gerações e classes sociais, mostrando o lado humano de um aspecto do conflito árabe-israelense. Na sequência, às 15h15, o Festival exibe “Diálogo árabe israelense”, de Lionel Rogosin. O documentário foi filmado no porão do Bleecker Street Cinema, cinema de arte fundado pelo diretor Lionel Rogosin em 1960. Durante dois dias, em setembro de 1973, o poeta palestino Rashed Hussein e o escritor israelense Amos Kenan buscam o diálogo como forma de encontrar uma possível solução para o conflito interminável. A sessão dupla de cinema será acompanhada pelo debate Diálogo árabe israelense, com os curadores de cinema, Aaron Cutler e Mariana Shellard e poeta palestino Ghayath Almadhoun, às 16h, também no Centro Cultural Yves Alves.
O escritor e neurocientista Sidarta Ribeiro participa do Café Literário, às 17h30, na Taberna d’Omar, numa conversa a partir do livro “Sonho Manifesto” (Companhia das Letras, 2022). Sidarta estará pela primeira vez na programação do Festival Artes Vertentes. O concerto “O círculo mágico” fecha a programação do 13º Festival Artes Vertentes, às 20h, na Igreja São João Evangelista. Com obras de Enescu, Milhaud, Dukas e Falla, trata-se de um concerto com caráter festivo, que explora uma reflexão sobre o encontro com o incompreensível, resumindo a experiência vivida pelo público e pelos artistas ao longo da programação. Para esta missão, foram escalados: Jesús Reina (violino), Dárya Filippenko (viola), Jacob Katsnelson (piano), e Gustavo Carvalho (piano).
20% dos ingressos da programação musical e de artes cênicas do Festival Artes Vertentes será reservada para distribuição gratuita entre estudantes e professores universitários. Os ingressos poderão ser retirados no dia de cada evento mediante apresentação de comprovante. A distribuição dos ingressos termina meia hora antes do início de cada apresentação.
O 13º Festival Artes Vertentes é realizado pela Ars et Vita e Associação dos Amigos do Festival Artes Vertentes e, é viabilizado com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura com o patrocínio do Itaú Unibanco e pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com patrocínio da Cemig.
Sobre o Festival Artes Vertentes
Criado em 2012 por Luiz Gustavo Carvalho e Maria Vragova, o Festival Artes Vertentes é projeto realizado pela Ars et Vita e pela Associação dos Amigos do Festival Artes Vertentes. O evento vem apresentando, ininterruptamente, uma programação artística que estimula diálogos entre as mais diversas linguagens artísticas e propõe, por meio da arte, reflexões sobre temas de relevância para a sociedade contemporânea. Vencedor do prêmio CONCERTO 2021 e nomeado para o prêmio internacional Classic: NEXT Innovation Award 2022, durante as últimas doze edições, o Festival Artes Vertentes já recebeu mais de 470 artistas, originários de 40 países.
13º Festival Artes Vertentes anuncia programação – 19 a 29/09
A 13ª edição do Festival Artes Vertentes – Festival Internacional de Artes de Tiradentes, reconhecido como um dos mais importantes festivais de artes integradas do país, será realizada entre os dias 19 e 29 de setembro na cidade histórica. A programação reúne concertos, exposições, espetáculos de artes cênicas, exibições, bate-papos, residências artísticas, oficinas, além de uma série de atividades voltadas para a promoção das artes e do conhecimento.
O tema escolhido para nortear a programação desta edição será Alteridade. A proposta é oferecer uma programação que seja capaz de promover reflexões acerca da importância de se respeitar as individualidades e a construção coletiva na busca pela compreensão das diferenças. “Estamos convictos de que reconhecer a existência de pessoas e culturas singulares e subjetivas, que pensam, agem e entendem o mundo de suas próprias maneiras é um primeiro passo importante para a formação de uma sociedade justa, equilibrada, democrática e tolerante. Estamos empenhados em realizar esta reflexão de forma plural e diversificada”, destaca Luiz Gustavo Carvalho, curador e diretor artístico do Festival Artes Vertentes.
Na área de literatura, entre as participações confirmadas desta edição, estão: o líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor Ailton Krenak. Também estão confirmadas as participações dos escritores e pensadores: Sidarta Ribeiro (Brasil), Prisca Agustoni (Suíça), Ghayath Almadhoun (Palestina), Marina Skalova (França), Joaquim Arena (Cabo Verde), Egana Djabbarova (Rússia), Tal Nitzán (Israel), Vó Geralda (Brasil), Liça Pataxoop (Brasil), Ricardo Domeneck (Brasil), entre outras referências na área.
Na área musical, entre os destaques nacionais desta edição estão: Cátia de França, Metá Metá (Juçara Marçal, Kiko Dinucci e Thiago França), Cristian Budu, Hercules Gomes, Gustavo Carvalho, e Manuela Freua. Entre os destaques internacionais, o violoncelista Guillaume Martigné (França), que vem pela primeira vez ao Brasil, clarinetista Thorsten Johanns (Alemanha), a violinista Sofia Leandro (Portugal), o pianista Ryutaro Suzuki (Japão), que também participa pela primeira vez, o pianista Jacob Katsnelson (Rússia), o violinista Ara Harutyunyan (Armênia), a violinista Dárya Filippenko (Bielorússia), e o fagotista Adolfo Caberizo (Espanha).
No campo das artes visuais, o festival contará com apresentações de trabalhos assinados por nomes como Leonilson (Brasil), Alcino Fernandes (Brasil), que será o artista residente, Alejandro Cartagena (México), Eder Santos (Brasil)), entre outros.
A programação ainda conta com artes cênicas, incluindo a apresentação dos espetáculos Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui, vencedor do Festival Cenas Curtas 2023 e O Estrangeiro reloaded, protagonizado por Guilherme Leme, com direção da Vera Holtz, além do premiado “Tebas Land”. Com dramaturgia do uruguaio Sergio Blanco, e direção de Victor Garcia Peralta, a peça é uma autoficção que acompanha os encontros entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em escrever a história do crime. A montagem é vencedora de diversos prêmios como Shell de Melhor Ator (Otto Jr.), Botequim Cultural de Melhor ator: (Robson Torinni), Melhor diretor: (Victor Garcia Peralta), Melhor espetáculo, o Prêmio Cenym de melhor montagem brasileira, além de receber diversas outras indicações.
Os destaques da programação de cinema serão os filmes de Michel Khleifi (Palestina), Hanna Polak (Polônia), Maria Saakyan (Armênia), Djibril Diop Mambéty (Senegal), Forough Farrokhzad (Irã), Lionel Rogosin (Estados Unidos), Avi Mograbi (Israel), entre outros.
Programação
O primeiro dia do 13º Festival Artes Vertentes, 19 de setembro, contará com uma ampla programação, incluindo a abertura de quatro exposições, às 17h, em diferentes espaços da cidade histórica. O Centro Cultural Yves Alves receberá duas dessas exposições: “Leonilson: Na cor dos lábios do meu amor” e “Alcino Fernandes: Você disse que sabia amar”. Com curadoria de Ricardo Resende e Luiz Gustavo Carvalho, “Leonilson: Na cor dos lábios do meu amor” reúne desenhos, pintura, objetos e instalações do artista. Durante a sua trajetória, Leonilson explorou temas distintos, com os últimos dez anos de produção marcados por uma obra com forte cunho autobiográfico. Em suas obras, o artista percorre o limiar entre o dito e o silenciado, dialogando seu fazer artístico com suas vivências enquanto soropositivo.
Já “Alcino Fernandes: Você disse que sabia amar” é fruto do desejo do Festival Artes Vertentes de ressaltar também o impacto de Leonilson no universo criativo de diferentes artistas contemporâneos, propondo um diálogo entre a obra de um dos maiores nomes da arte brasileira do século XX e a produção de outros artistas que estarão presentes no Festival. É o caso de Fernandes, que será um dos artistas residentes desta 13ª edição. Com uma produção que explora fricções entre violência-sutileza e densidade-vazio, Alcino atravessa a dor como ofício de memória e esquecimento.
O Quatro Cantos Espaço Cultural receberá a exposição “Silêncios dos exílios”. Entrelaçando a escrita e a fotografia, a exposição reúne trabalhos produzidos pela poeta Marina Skalova e a fotógrafa Nadège Abadie. As obras questionam a migração por meio da linguagem e da imagem através de um trabalho delicado desenvolvido entre os anos de 2016 e 2019, envolvendo a participação de quase cem imigrantes. Já a exposição coletiva “Gente que somos… apenas gente” ocupa a Galeria IPHAN reunindo trabalhos realizados pelos alunos e alunas da Ação Cultural Artes Vertentes, que o Festival realiza ao longo do ano na cidade de Tiradentes. Serão apresentados os trabalhos dos alunos dos cursos de Artes Visuais, Fotografia e Cerâmica.
Ainda no primeiro dia, a abertura oficial do 13º Festival Artes Vertentes está marcada para as 18h30, no Centro Cultural Yves Alves. A cerimônia contará com a exibição da videoarte Gente, realizada pelos participantes da Ação Cultural Artes Vertentes e apresentação do Coro VivAvoz e do coro Vozes da APAE. Desde 2013, o Festival Artes Vertentes vai além dos onze dias da programação de cada edição. De fevereiro ao início de dezembro, ele promove a Ação Cultural Artes Vertentes, oferecendo gratuitamente a crianças, adolescentes e adultos de Tiradentes cursos de música, artes visuais, cerâmica e fotografia.
Concluindo a programação de abertura, às 21h, no Largo de Sant’Ana, o público é convidado para o concerto “No rastro de Catarina”, com a cantora, compositora, instrumentista, escritora, sonoplasta e diretora musical, Cátia de França. O repertório contempla as canções que fazem parte do quinto disco de estúdio da paraibana, que possui uma vasta trajetória musical pautada pela evolução de ritmos, experimentações e parcerias com artistas como Zé Ramalho, Dominguinhos, Sivuca, Lulu Santos, Chico César, Elba Ramalho e Bezerra da Silva.
No dia 20 de setembro, às 17h30, o violoncelista francês Guillaume Martigné se apresenta na Igreja Nossa Senhora da Penha de França, no distrito de Bichinho. No repertório do concerto, obras de Johann Sebastian Bach, Gaspar Cassadó e Gilberto Paganini. Às 19h, o Jardim do Museu Padre Toledo exibe “A pequena vendedora de Sol”, uma das obras-primas do mestre senegalês Djibril Diop Mambéty. Além dessa exibição, o média (45 min.) poderá ser visto gratuitamente em mais quatro sessões, nos dias 24 e 25 de setembro, terça e quarta-feira respectivamente, 10h e às 16h, no Centro Cultural Yves Alves.
Já às 20h, o Centro Cultural Yves Alves será palco do espetáculo “Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui”, vencedor do Festival Cenas Curtas 2023, promovido pelo Galpão Cine Horto, abordando a experiência de pessoas surdas e ouvintes negras e traz à tona questões essenciais de inclusão e diversidade nas artes. A montagem tem direção de Carlandreia Ribeiro, com texto escrito por ela em parceria com Marcos Andrade, e direção de texto em Libras por Dinalva Andrade.
O Ciclo de Ideias abre a programação do dia 21 de setembro, às 11h, no Jardim do IPHAN, promovendo uma conversa sobre formas de educação fora das paredes escolares com a participação de Vó Geralda, autora do livro “A porta aberta do sertão: histórias de Vó Geralda”, da educadora e liderança indígena Dona Liça Pataxoop e Isabela Nogueira.
Já às 15h, será inaugurada a exposição “A linha invisível” no Solar da Baronesa, em São João Del Rei. A exposição reúne trabalhos assinados por três artistas contemporâneos: o fotógrafo mexicano Alejandro Cartagena, o videoartista mineiro Éder Santos e o poeta palestino Ghayath Almadhoun. As obras selecionadas tratam sobre os limites geográficos impostos pela sociedade, que são capazes de restringir ou delimitar a extensão do nosso olhar e alterar a nossa percepção em relação ao outro. Com curadoria de Luiz Gustavo Carvalho, a exposição ficará em cartaz entre os dias 21 de setembro a 13 de outubro.
Às 16h, o Centro Cultural UFSJ também receberá o lançamento de “Falta de ar”, livro da poeta franco-alemã de origem russa Marina Skalova. A atividade irá contar com a participação da autora, que fará algumas leituras de peças da obra, acompanhada pela violinista portuguesa Sofia Leandro e pelo percussionista Bruno Santos. Em paralelo, também às 16h, o Centro Cultural Yves Alves abre a programação cinematográfica do Artes Vertentes com a exibição de “A paixão de JL”, com direção de Carlos Nader. O documentário traz um recorte do cotidiano de Leonilson com base em um diário em fitas cassete, nas quais ele gravou pensamentos, memórias e comentários sobre acontecimentos da época, sua relação com o trabalho e o impacto causado pelo diagnóstico de HIV.
Na sequência, às 18h45, Casa Museu Padre Toledo exibe o filme “Essa não sou eu”, drama russo/armênio de Maria Saakyan, um retrato de duas gerações de mulheres. Uma, diretora de um coral de prestígio internacional. A outra, sua filha, perdida entre a solidão e a tecnologia e experimentando os primeiros extremos da emoção adolescentes. Fechando a programação do dia 21 de setembro, às 20h30, a Igreja São João Evangelista, em Tiradentes, recebe o concerto “Schubertiade Ernestiana I”, com obras de Schubert e Lobo. Participam do concerto, os musicistas: Neto Bellotto (contrabaixo), Ryutaro Suzuki (piano), Jacob Katsnelson (piano) e Gustavo Carvalho (piano).
A programação do dia 22 de setembro terá início às 10h com um Café Literário no Sítio Serra Azul, na zona rural de Tiradentes, com a participação de Vó Geralda, que celebra o lançamento do livro “A porta aberta do sertão: histórias da Vó Geralda” (Relicário, 2024 e Rosana Nascimento. Na sequência, às 12h, o público terá a oportunidade de conferir, na Igreja São João Evangelista, o concerto “Ludus tonalis”, reunindo obras de Bach, Hindemith, Beethoven e Mozart. As peças serão executadas por Fábio Ogata (trompa), Ara Harutyunyan (violino), Dárya Filippenko (viola), Guillaume Martigné (cello), Jacob Katsnelson (piano) e Ryutaro Suzuki (piano).
Já as 15h, o Centro Cultural Yves Alves exibe o filme “Relações de classe”, do duo Danièlle Huillet e Jean-Marie Straub, dois dos maiores nomes da história do cinema de autor. Mais um Café Literário será realizado, às 16h, na Taberna d’Omar, com o escritor cabo-verdiano Joaquim Arena, vencedor do Prêmio Oceanos 2023 na categoria prosa pelo livro “Siríaco e Mister Charles”. O premiado livro do autor caboverdiano acompanha a história da improvável amizade entre o jovem Charles Darwin e Siríaco, um velho negro, ex-escravizado, que sofre de vitiligo. Sobrevoando os territórios da História e da imaginação, este é um romance sobre cumplicidade, raça, racismo, império e memória.
Dois concertos fecham a programação do dia 22 de setembro. Às 17h30, o concerto “Ao pôr do sol”, irá ocorrer ao ar livre, no Largo de Sant’Ana, apresentando obras de Rebecca Clarke, Schubert, Schnittke, interpretadas por Thorsten Johanns (clarineta), Adolfo Cabrerizo (fagote), Fábio Ogata (trompa), Ara Harutyunyan (violino), Sofia Leandro (violino), Dárya Filippenko (viola), Guillaume Martigné (cello) e Neto Bellotto (contrabaixo). Mais tarde, às 20h30, o Jardim do Museu Padre Toledo será palco do concerto “Fragmentos kafkianos”, que celebra o repertório de Kurtág, um compositor húngaro (ainda vivo), com a participação de Manuela Freua (soprano) e Sofia Leandro (violino). A apresentação é uma homenagem à efeméride de Kafka, que se estende por 2024, bem como os impulsos trazidos por meio de sua obra, evocando reflexões acerca da alteridade.
Após um fim de semana intenso, a programação do 13º Festival Artes Vertentes segue em pleno vapor ao longo de toda a semana. A programação do dia 23 de setembro inclui a realização de dois concertos. O primeiro deles, “Schubertiade Ernestiana II”, será no formato didático, e receberá alunos das escolas de Tiradentes. A atividade está marcada para às 15h30, na Igreja São João Evangelista, reunindo peças de Schubert, ao lado de brasileiros, como Ernesto Nazareth, Radamés Gnatalli, Tia Amélia, Chiquinha Gonzaga, Henrique Alves de Mesquita e Francisco Mignone, interpretadas por Cristian Budu (piano) e Gustavo Carvalho (piano).
O segundo concerto do dia, “A flor da pele”, dá continuidade ao diálogo entre a erudito e o popular e irá retratar a música de diversos compositores que foram perseguidos e tiveram suas composições proibidas por diversas ditaduras ao redor do mundo. A apresentação está prevista para começar às 18h, também na Igreja São João Evangelista. No repertório, obras de Messiaen, Guarany, Nascimento, Gál, Berg, Vasques Dias, Taiguara, Buarque. A execução ficará por conta de Manuela Freua (soprano), Thorsten Johanns (clarineta), Ara Harutyunyan (violino), Sofia Leandro (violino), Guillaume Martigné (cello), Jacob Katsnelson (piano), Gustavo Carvalho (piano) e Bruno Santos (percussão).
Fechando o dia 23, o cinema russo é destaque com a exibição do longa “Algo melhor por vir”, de Hanna Polak, às 20h, no Jardim do Museu Padre Toledo. O filme acompanha Julia, que tem um sonho: ter uma vida normal. Durante 14 anos, a diretora Hanna Polak acompanha a vida de Iulia no território proibido da Svalka, um lixão localizado a apenas 20 quilômetros do Kremlin, na Rússia de Vladimir Putin.
No dia 24 de setembro, às 17 horas, o Ciclo de Ideias “A arte do expurgo ou da fraternidade – Leonilson e a contemporaneidade”, recebe o escritor Ricardo Domeneck e o artista visual Alcino Fernandes, para uma conversa acerca da obra de Leonilson. Na sequência, às 19h, o Festival Artes Vertentes exibe no Jardim do Museu Padre Toledo o único filme dirigido pela pioneira poeta iraniana feminista Forough Farrokhzad: o documentário “A casa é escura”. No curta-metragem, Farrokhzad encontra uma graça inesperada onde poucos pensariam em olhar: uma colônia de leprosos cujos habitantes vivem, amam, aprendem, brincam em uma comunidade independente isolada do resto do mundo. Encerrando o dia, às 19h30, o concerto “A alguns centímetros do chão: Hommage à Robert Schumann” apresenta uma coletânea de obras de R. Schumann, Clara Schumann e Kurtág. As peças serão executadas por Thorsten Johanns (clarineta), Dárya Filippenko (viola), Guillaume Martigné (cello) e Gustavo Carvalho (piano). A apresentação será na Igreja São João Evangelista.
Já no dia 25 de setembro, literatura e cinema de encontram no Jardim do Museu Padre Toledo, às 19h, com a performance literária “Leite negro” e a exibição de videopoemas do poeta palestino Ghayath Almadhoun. Traduzido para inúmeras línguas, a obra de Ghayath traz como temáticas principais a guerra e a destruição, a morte e a luta, o exílio e a saudade de casa. No mesmo dia, às 20h, na Igreja São João Evangelista, o Festival Artes Vertentes recebe um dos grandes destaques desta edição: um solo com o pianista japonês Ryutaro Suzuki, presença inédita no festival. Ele irá interpretar obras de Chopin e S. Rachmaninov, dois compositores que possuem uma relação muito forte com o exílio.
Abrindo a programação do dia 26 de setembro, um nome incontornável quando se pensa na questão da Alteridade, tema proposto para esta edição volta ao Festival Artes Vertentes: Ailton Krenak. Ele participará, de maneira virtual, de uma mesa redonda com Joaquim Arena, às 16h30, no Centro Cultural Yves Alves. Na sequência, às 18h, o poeta Ricardo Domeneck apresenta o livro “Cabeça de galinha no chão de cimento”, nas galerias do Centro Cultural Yves Alves. Na ocasião, o convidado realizará a leitura de poemas do livro e de textos criados durante o processo criativo em diálogo com a exposição “Leonilson: Na cor dos lábios do meu amor”.
Duas apresentações musicais fecham a agenda do dia, entre o erudito e o popular. Às 19h30, na Igreja São João Evangelista, o concerto “Schubertiade Ernestiana III” reúne os músicos Jesús Reina (violino), Ryutaro Suzuki (piano), Jacob Katsnelson (piano) e Gustavo Carvalho (piano), na interpretação de obras assinadas por Schubert, Nazareth, Otaka, Rachmaninov e Ginastera. Na sequência, às 21h, o Largo de Sant’Ana, recebe uma apresentação gratuita do Metá Metá, trio formado pelos virtuoses Juçara Marçal, Kiko Dinucci e Thiago França. O grupo une elementos do jazz e rock, da música brasileira e africana, com sonoridades e ritmos únicos, entrelaçados pelos encontros de diversas culturas.
No dia seguinte, 27 de setembro, às 11h, a poeta russa Egana Djabbarova e poeta palestino Ghayath Almadhoun participam de um Ciclo de Ideias nos jardins do IPHAN, numa conversa sobre exílio político com medição de Svetlana Ruseishvili, pesquisadora transdiaspórica (Geórgia – Ucrânia – Rússia) e professora de sociologia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Os jardins do IPHAN também recebem um Café Literário às 16h30, com a aclamada poeta israelense Tal Nitzán, que lança seu romance de estreia Todas as crianças do mundo (editora Ars et Vita), que narra a história delicada de quatro protagonistas humanos e uma gata, em meio à violência arbitrária da vida urbana.
Na sequência, às 18h, o concerto “Notas do cárcere”, reúne um repertório assinado por compositores que foram presos durante os períodos de ditadura, na Igreja São João Evangelista. No repertório, composições assinadas por Bach, Beethoven, Schubert, Erik Satie, Chiquinha Gonzaga e Freitas. Os musicistas convidados são: Dárya Filippenko (viola), Jacob Katsnelson (piano), Hercules Gomes (piano) e Gustavo Carvalho (piano). Fechando a programação do dia, o Centro Cultural Yves Alves recebe o espetáculo “Tebas Land”, às 20h, com direção de Victor Garcia Peralta. A peça narra os encontros entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em contar sua história. Inspirado no mito de Édipo e na vida de São Martinho de Tours, o espetáculo ocorre na quadra de basquete de uma prisão.
O sábado, 28 de setembro, abre sua programação às 11h, com um Café Literário com o pianista Hercules Gomes e o jornalista, escritor e tradutor Irineu Franco Perpétuo na Taberna d’Omar. Criativo representante da tradição do pianista-compositor, com amplo trânsito no repertório erudito e popular, Hercules Gomes falará da diluição das fronteiras dos gêneros na música em conversa com Irineu Franco Perpetuo, autor do livro História Concisa da Música Clássica Brasileira (Alameda Editora). Já às 16h, mais um Café Literário é destaque, na Taberna d’Omar, com a participação de Egana Djabbarova, Marina Skalova, Maria Vragova e Prisca Agustoni. Na conversa serão abordadas questões de autotradução e tradução, já que a Marina Skalova e Prisca Agustoni se autotraduzem de várias línguas e Maria Vragova traduz de russo para português e vice-versa. Mais uma atração literária integra a agenda do dia, às 18h, no Jardim do Centro Cultural Yves Alves: “O que vocês têm a dizer?”, uma performance literária com as poetas Prisca Agustoni e Egana Djabbarova. Na ocasião, Djabbarova lança pela primeira vez no Brasil o seu livro de poesia “Rus bala” (Ars et Vita, 2024).
As artes cênicas e a música são destaque na programação noturna do dia 28. O Centro Cultural Yves Alves será palco, às 19h, da montagem “O Estrangeiro reloaded”, uma adaptação do clássico livro de Albert Camus (1913-1960), Prêmio Nobel de Literatura em 1957, protagonizada pelo ator e diretor Guilherme Leme, com direção de Vera Holtz. Meursault, o personagem central de “O Estrangeiro”, leva uma vida banal, até ser arrastado pela correnteza da vida e da história, numa narrativa que tem como ponto central o absurdo. Na sequência, às 20h30, a Igreja São João Evangelista recebe o concerto “Após um sonho”, que reunirá obras de Haydn, Fauré, Piazzolla e Shostakovich, com a participação dos musicistas Jesús Reina (violino), Dárya Filippenko (viola), Jacob Katsnelson (piano), e Gustavo Carvalho (piano).
O último dia de Festival Artes Vertentes, 29 de setembro, conta com uma programação intensa e diversa. Começando às 11h, o Centro Cultural UFSJ, com uma apresentação do músico Hercules Gomes, que integra a série Artes Vertentes solo. No repertório, uma série de composições autorais, além de obras assinadas por nomes que integram a sua trajetória na música. Encerrando a programação de cinema do Festival Artes Vertentes, o dia 29 conta com uma sessão especial dupla no Centro Cultural Yves Alves que mergulha no conflito árabe-palestino em seus aspectos humanos e culturais. Às 14h, será exibido “Casamentos proibidos na Terra Santa”, documentário de Michel Khleifi que examina vários tipos de casamentos mistos entre árabes e judeus na Palestina e em Israel abrangendo diferentes gerações e classes sociais, mostrando o lado humano de um aspecto do conflito árabe-israelense. Na sequência, às 15h15, o Festival exibe “Diálogo árabe israelense”, de Lionel Rogosin. O documentário foi filmado no porão do Bleecker Street Cinema, cinema de arte fundado pelo diretor Lionel Rogosin em 1960. Durante dois dias, em setembro de 1973, o poeta palestino Rashed Hussein e o escritor israelense Amos Kenan buscam o diálogo como forma de encontrar uma possível solução para o conflito interminável. A sessão dupla de cinema será acompanhada pelo debate Diálogo árabe israelense, com os curadores de cinema, Aaron Cutler e Mariana Shellard e poeta palestino Ghayath Almadhoun, às 16h, também no Centro Cultural Yves Alves.
O escritor e neurocientista Sidarta Ribeiro participa do Café Literário, às 17h30, na Taberna d’Omar, numa conversa a partir do livro “Sonho Manifesto” (Companhia das Letras, 2022). Sidarta estará pela primeira vez na programação do Festival Artes Vertentes. O concerto “O círculo mágico” fecha a programação do 13º Festival Artes Vertentes, às 20h, na Igreja São João Evangelista. Com obras de Enescu, Milhaud, Dukas e Falla, trata-se de um concerto com caráter festivo, que explora uma reflexão sobre o encontro com o incompreensível, resumindo a experiência vivida pelo público e pelos artistas ao longo da programação. Para esta missão, foram escalados: Jesús Reina (violino), Dárya Filippenko (viola), Jacob Katsnelson (piano), e Gustavo Carvalho (piano).
20% dos ingressos da programação musical e de artes cênicas do Festival Artes Vertentes será reservada para distribuição gratuita entre estudantes e professores universitários. Os ingressos poderão ser retirados no dia de cada evento mediante apresentação de comprovante. A distribuição dos ingressos termina meia hora antes do início de cada apresentação.
O 13º Festival Artes Vertentes é realizado pela Ars et Vita e Associação dos Amigos do Festival Artes Vertentes e, é viabilizado com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura com o patrocínio do Itaú Unibanco e pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com patrocínio da Cemig.
Sobre o Festival Artes Vertentes
Criado em 2012 por Luiz Gustavo Carvalho e Maria Vragova, o Festival Artes Vertentes é projeto realizado pela Ars et Vita e pela Associação dos Amigos do Festival Artes Vertentes. O evento vem apresentando, ininterruptamente, uma programação artística que estimula diálogos entre as mais diversas linguagens artísticas e propõe, por meio da arte, reflexões sobre temas de relevância para a sociedade contemporânea. Vencedor do prêmio CONCERTO 2021 e nomeado para o prêmio internacional Classic: NEXT Innovation Award 2022, durante as últimas doze edições, o Festival Artes Vertentes já recebeu mais de 470 artistas, originários de 40 países.
O olhar para a Alteridade marca a programação multidisciplinar da 13ª edição do Festival Artes Vertentes
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13º Festival Artes Vertentes anuncia programação – 19 a 29/09
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Você está recebendo os releases com as informações sobre a programação do 13º Festival Artes Vertentes, que será realizado na cidade de Tiradentes/MG, entre os próximos dias 19 e 29 de setembro. O Artes Vertentes é considerado um dos eventos mais importantes do país na promoção das artes de formas integradas, possibilitando diálogos entre os fazeres artísticos. A programação reúne concertos, exposições, espetáculos de teatro, exibições de filmes, bate-papos, residências artísticas, oficinas, além de uma série de atividades voltadas para a promoção das artes e do conhecimento, com atrações nacionais e internacionais. Contamos com seu apoio na divulgação. Estou à disposição para auxiliar no que for necessário.
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Assessoria de Imprensa e Produção de Conteúdo
contato@aduplainformacao.com.br
O olhar para a Alteridade marca a programação multidisciplinar da 13ª edição do Festival Artes Vertentes
Realizado anualmente em Tiradentes (MG), o Festival Artes Vertentes, considerado um dos eventos mais importantes do país na promoção das artes de forma integradas, será realizado entre os dias 19 e 29 de setembro.
A 13ª edição do Festival Artes Vertentes – Festival Internacional de Artes de Tiradentes, reconhecido como um dos mais importantes festivais de artes integradas do país, será realizada entre os dias 19 e 29 de setembro na cidade histórica. A programação reúne concertos, exposições, espetáculos de artes cênicas, exibições, bate-papos, residências artísticas, oficinas, além de uma série de atividades voltadas para a promoção das artes e do conhecimento.
O tema escolhido para nortear a programação desta edição será Alteridade. A proposta é oferecer uma programação que seja capaz de promover reflexões acerca da importância de se respeitar as individualidades e a construção coletiva na busca pela compreensão das diferenças. “Estamos convictos de que reconhecer a existência de pessoas e culturas singulares e subjetivas, que pensam, agem e entendem o mundo de suas próprias maneiras é um primeiro passo importante para a formação de uma sociedade justa, equilibrada, democrática e tolerante. Estamos empenhados em realizar esta reflexão de forma plural e diversificada”, destaca Luiz Gustavo Carvalho, curador e diretor artístico do Festival Artes Vertentes.
Na área de literatura, entre as participações confirmadas desta edição, estão: o líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor Ailton Krenak. Também estão confirmadas as participações dos escritores e pensadores: Sidarta Ribeiro (Brasil), Prisca Agustoni (Suíça), Ghayath Almadhoun (Palestina), Marina Skalova (França), Joaquim Arena (Cabo Verde), Egana Djabbarova (Rússia), Tal Nitzán (Israel), Vó Geralda (Brasil), Liça Pataxoop (Brasil), Ricardo Domeneck (Brasil), entre outras referências na área.
Na área musical, entre os destaques nacionais desta edição estão: Cátia de França, Metá Metá (Juçara Marçal, Kiko Dinucci e Thiago França), Cristian Budu, Hercules Gomes, Gustavo Carvalho, e Manuela Freua. Entre os destaques internacionais, o violoncelista Guillaume Martigné (França), que vem pela primeira vez ao Brasil, clarinetista Thorsten Johanns (Alemanha), a violinista Sofia Leandro (Portugal), o pianista Ryutaro Suzuki (Japão), que também participa pela primeira vez, o pianista Jacob Katsnelson (Rússia), o violinista Ara Harutyunyan (Armênia), a violinista Dárya Filippenko (Bielorússia), e o fagotista Adolfo Caberizo (Espanha).
No campo das artes visuais, o festival contará com apresentações de trabalhos assinados por nomes como Leonilson (Brasil), Alcino Fernandes (Brasil), que será o artista residente, Alejandro Cartagena (México), Eder Santos (Brasil)), entre outros.
A programação ainda conta com artes cênicas, incluindo a apresentação dos espetáculos Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui, vencedor do Festival Cenas Curtas 2023 e O Estrangeiro reloaded, protagonizado por Guilherme Leme, com direção da Vera Holtz, além do premiado “Tebas Land”. Com dramaturgia do uruguaio Sergio Blanco, e direção de Victor Garcia Peralta, a peça é uma autoficção que acompanha os encontros entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em escrever a história do crime. A montagem é vencedora de diversos prêmios como Shell de Melhor Ator (Otto Jr.), Botequim Cultural de Melhor ator: (Robson Torinni), Melhor diretor: (Victor Garcia Peralta), Melhor espetáculo, o Prêmio Cenym de melhor montagem brasileira, além de receber diversas outras indicações.
Os destaques da programação de cinema serão os filmes de Michel Khleifi (Palestina), Hanna Polak (Polônia), Maria Saakyan (Armênia), Djibril Diop Mambéty (Senegal), Forough Farrokhzad (Irã), Lionel Rogosin (Estados Unidos), Avi Mograbi (Israel), entre outros.
Programação
O primeiro dia do 13º Festival Artes Vertentes, 19 de setembro, contará com uma ampla programação, incluindo a abertura de quatro exposições, às 17h, em diferentes espaços da cidade histórica. O Centro Cultural Yves Alves receberá duas dessas exposições: “Leonilson: Na cor dos lábios do meu amor” e “Alcino Fernandes: Você disse que sabia amar”. Com curadoria de Ricardo Resende e Luiz Gustavo Carvalho, “Leonilson: Na cor dos lábios do meu amor” reúne desenhos, pintura, objetos e instalações do artista. Durante a sua trajetória, Leonilson explorou temas distintos, com os últimos dez anos de produção marcados por uma obra com forte cunho autobiográfico. Em suas obras, o artista percorre o limiar entre o dito e o silenciado, dialogando seu fazer artístico com suas vivências enquanto soropositivo.
Já “Alcino Fernandes: Você disse que sabia amar” é fruto do desejo do Festival Artes Vertentes de ressaltar também o impacto de Leonilson no universo criativo de diferentes artistas contemporâneos, propondo um diálogo entre a obra de um dos maiores nomes da arte brasileira do século XX e a produção de outros artistas que estarão presentes no Festival. É o caso de Fernandes, que será um dos artistas residentes desta 13ª edição. Com uma produção que explora fricções entre violência-sutileza e densidade-vazio, Alcino atravessa a dor como ofício de memória e esquecimento.
O Quatro Cantos Espaço Cultural receberá a exposição “Silêncios dos exílios”. Entrelaçando a escrita e a fotografia, a exposição reúne trabalhos produzidos pela poeta Marina Skalova e a fotógrafa Nadège Abadie. As obras questionam a migração por meio da linguagem e da imagem através de um trabalho delicado desenvolvido entre os anos de 2016 e 2019, envolvendo a participação de quase cem imigrantes. Já a exposição coletiva “Gente que somos… apenas gente” ocupa a Galeria IPHAN reunindo trabalhos realizados pelos alunos e alunas da Ação Cultural Artes Vertentes, que o Festival realiza ao longo do ano na cidade de Tiradentes. Serão apresentados os trabalhos dos alunos dos cursos de Artes Visuais, Fotografia e Cerâmica.
Ainda no primeiro dia, a abertura oficial do 13º Festival Artes Vertentes está marcada para as 18h30, no Centro Cultural Yves Alves. A cerimônia contará com a exibição da videoarte Gente, realizada pelos participantes da Ação Cultural Artes Vertentes e apresentação do Coro VivAvoz e do coro Vozes da APAE. Desde 2013, o Festival Artes Vertentes vai além dos onze dias da programação de cada edição. De fevereiro ao início de dezembro, ele promove a Ação Cultural Artes Vertentes, oferecendo gratuitamente a crianças, adolescentes e adultos de Tiradentes cursos de música, artes visuais, cerâmica e fotografia.
Concluindo a programação de abertura, às 21h, no Largo de Sant’Ana, o público é convidado para o concerto “No rastro de Catarina”, com a cantora, compositora, instrumentista, escritora, sonoplasta e diretora musical, Cátia de França. O repertório contempla as canções que fazem parte do quinto disco de estúdio da paraibana, que possui uma vasta trajetória musical pautada pela evolução de ritmos, experimentações e parcerias com artistas como Zé Ramalho, Dominguinhos, Sivuca, Lulu Santos, Chico César, Elba Ramalho e Bezerra da Silva.
No dia 20 de setembro, às 17h30, o violoncelista francês Guillaume Martigné se apresenta na Igreja Nossa Senhora da Penha de França, no distrito de Bichinho. No repertório do concerto, obras de Johann Sebastian Bach, Gaspar Cassadó e Gilberto Paganini. Às 19h, o Jardim do Museu Padre Toledo exibe “A pequena vendedora de Sol”, uma das obras-primas do mestre senegalês Djibril Diop Mambéty. Além dessa exibição, o média (45 min.) poderá ser visto gratuitamente em mais quatro sessões, nos dias 24 e 25 de setembro, terça e quarta-feira respectivamente, 10h e às 16h, no Centro Cultural Yves Alves.
Já às 20h, o Centro Cultural Yves Alves será palco do espetáculo “Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui”, vencedor do Festival Cenas Curtas 2023, promovido pelo Galpão Cine Horto, abordando a experiência de pessoas surdas e ouvintes negras e traz à tona questões essenciais de inclusão e diversidade nas artes. A montagem tem direção de Carlandreia Ribeiro, com texto escrito por ela em parceria com Marcos Andrade, e direção de texto em Libras por Dinalva Andrade.
O Ciclo de Ideias abre a programação do dia 21 de setembro, às 11h, no Jardim do IPHAN, promovendo uma conversa sobre formas de educação fora das paredes escolares com a participação de Vó Geralda, autora do livro “A porta aberta do sertão: histórias de Vó Geralda”, da educadora e liderança indígena Dona Liça Pataxoop e Isabela Nogueira.
Já às 15h, será inaugurada a exposição “A linha invisível” no Solar da Baronesa, em São João Del Rei. A exposição reúne trabalhos assinados por três artistas contemporâneos: o fotógrafo mexicano Alejandro Cartagena, o videoartista mineiro Éder Santos e o poeta palestino Ghayath Almadhoun. As obras selecionadas tratam sobre os limites geográficos impostos pela sociedade, que são capazes de restringir ou delimitar a extensão do nosso olhar e alterar a nossa percepção em relação ao outro. Com curadoria de Luiz Gustavo Carvalho, a exposição ficará em cartaz entre os dias 21 de setembro a 13 de outubro.
Às 16h, o Centro Cultural UFSJ também receberá o lançamento de “Falta de ar”, livro da poeta franco-alemã de origem russa Marina Skalova. A atividade irá contar com a participação da autora, que fará algumas leituras de peças da obra, acompanhada pela violinista portuguesa Sofia Leandro e pelo percussionista Bruno Santos. Em paralelo, também às 16h, o Centro Cultural Yves Alves abre a programação cinematográfica do Artes Vertentes com a exibição de “A paixão de JL”, com direção de Carlos Nader. O documentário traz um recorte do cotidiano de Leonilson com base em um diário em fitas cassete, nas quais ele gravou pensamentos, memórias e comentários sobre acontecimentos da época, sua relação com o trabalho e o impacto causado pelo diagnóstico de HIV.
Na sequência, às 18h45, Casa Museu Padre Toledo exibe o filme “Essa não sou eu”, drama russo/armênio de Maria Saakyan, um retrato de duas gerações de mulheres. Uma, diretora de um coral de prestígio internacional. A outra, sua filha, perdida entre a solidão e a tecnologia e experimentando os primeiros extremos da emoção adolescentes. Fechando a programação do dia 21 de setembro, às 20h30, a Igreja São João Evangelista, em Tiradentes, recebe o concerto “Schubertiade Ernestiana I”, com obras de Schubert e Lobo. Participam do concerto, os musicistas: Neto Bellotto (contrabaixo), Ryutaro Suzuki (piano), Jacob Katsnelson (piano) e Gustavo Carvalho (piano).
A programação do dia 22 de setembro terá início às 10h com um Café Literário no Sítio Serra Azul, na zona rural de Tiradentes, com a participação de Vó Geralda, que celebra o lançamento do livro “A porta aberta do sertão: histórias da Vó Geralda” (Relicário, 2024 e Rosana Nascimento. Na sequência, às 12h, o público terá a oportunidade de conferir, na Igreja São João Evangelista, o concerto “Ludus tonalis”, reunindo obras de Bach, Hindemith, Beethoven e Mozart. As peças serão executadas por Fábio Ogata (trompa), Ara Harutyunyan (violino), Dárya Filippenko (viola), Guillaume Martigné (cello), Jacob Katsnelson (piano) e Ryutaro Suzuki (piano).
Já as 15h, o Centro Cultural Yves Alves exibe o filme “Relações de classe”, do duo Danièlle Huillet e Jean-Marie Straub, dois dos maiores nomes da história do cinema de autor. Mais um Café Literário será realizado, às 16h, na Taberna d’Omar, com o escritor cabo-verdiano Joaquim Arena, vencedor do Prêmio Oceanos 2023 na categoria prosa pelo livro “Siríaco e Mister Charles”. O premiado livro do autor caboverdiano acompanha a história da improvável amizade entre o jovem Charles Darwin e Siríaco, um velho negro, ex-escravizado, que sofre de vitiligo. Sobrevoando os territórios da História e da imaginação, este é um romance sobre cumplicidade, raça, racismo, império e memória.
Dois concertos fecham a programação do dia 22 de setembro. Às 17h30, o concerto “Ao pôr do sol”, irá ocorrer ao ar livre, no Largo de Sant’Ana, apresentando obras de Rebecca Clarke, Schubert, Schnittke, interpretadas por Thorsten Johanns (clarineta), Adolfo Cabrerizo (fagote), Fábio Ogata (trompa), Ara Harutyunyan (violino), Sofia Leandro (violino), Dárya Filippenko (viola), Guillaume Martigné (cello) e Neto Bellotto (contrabaixo). Mais tarde, às 20h30, o Jardim do Museu Padre Toledo será palco do concerto “Fragmentos kafkianos”, que celebra o repertório de Kurtág, um compositor húngaro (ainda vivo), com a participação de Manuela Freua (soprano) e Sofia Leandro (violino). A apresentação é uma homenagem à efeméride de Kafka, que se estende por 2024, bem como os impulsos trazidos por meio de sua obra, evocando reflexões acerca da alteridade.
Após um fim de semana intenso, a programação do 13º Festival Artes Vertentes segue em pleno vapor ao longo de toda a semana. A programação do dia 23 de setembro inclui a realização de dois concertos. O primeiro deles, “Schubertiade Ernestiana II”, será no formato didático, e receberá alunos das escolas de Tiradentes. A atividade está marcada para às 15h30, na Igreja São João Evangelista, reunindo peças de Schubert, ao lado de brasileiros, como Ernesto Nazareth, Radamés Gnatalli, Tia Amélia, Chiquinha Gonzaga, Henrique Alves de Mesquita e Francisco Mignone, interpretadas por Cristian Budu (piano) e Gustavo Carvalho (piano).
O segundo concerto do dia, “A flor da pele”, dá continuidade ao diálogo entre a erudito e o popular e irá retratar a música de diversos compositores que foram perseguidos e tiveram suas composições proibidas por diversas ditaduras ao redor do mundo. A apresentação está prevista para começar às 18h, também na Igreja São João Evangelista. No repertório, obras de Messiaen, Guarany, Nascimento, Gál, Berg, Vasques Dias, Taiguara, Buarque. A execução ficará por conta de Manuela Freua (soprano), Thorsten Johanns (clarineta), Ara Harutyunyan (violino), Sofia Leandro (violino), Guillaume Martigné (cello), Jacob Katsnelson (piano), Gustavo Carvalho (piano) e Bruno Santos (percussão).
Fechando o dia 23, o cinema russo é destaque com a exibição do longa “Algo melhor por vir”, de Hanna Polak, às 20h, no Jardim do Museu Padre Toledo. O filme acompanha Julia, que tem um sonho: ter uma vida normal. Durante 14 anos, a diretora Hanna Polak acompanha a vida de Iulia no território proibido da Svalka, um lixão localizado a apenas 20 quilômetros do Kremlin, na Rússia de Vladimir Putin.
No dia 24 de setembro, às 17 horas, o Ciclo de Ideias “A arte do expurgo ou da fraternidade – Leonilson e a contemporaneidade”, recebe o escritor Ricardo Domeneck e o artista visual Alcino Fernandes, para uma conversa acerca da obra de Leonilson. Na sequência, às 19h, o Festival Artes Vertentes exibe no Jardim do Museu Padre Toledo o único filme dirigido pela pioneira poeta iraniana feminista Forough Farrokhzad: o documentário “A casa é escura”. No curta-metragem, Farrokhzad encontra uma graça inesperada onde poucos pensariam em olhar: uma colônia de leprosos cujos habitantes vivem, amam, aprendem, brincam em uma comunidade independente isolada do resto do mundo. Encerrando o dia, às 19h30, o concerto “A alguns centímetros do chão: Hommage à Robert Schumann” apresenta uma coletânea de obras de R. Schumann, Clara Schumann e Kurtág. As peças serão executadas por Thorsten Johanns (clarineta), Dárya Filippenko (viola), Guillaume Martigné (cello) e Gustavo Carvalho (piano). A apresentação será na Igreja São João Evangelista.
Já no dia 25 de setembro, literatura e cinema de encontram no Jardim do Museu Padre Toledo, às 19h, com a performance literária “Leite negro” e a exibição de videopoemas do poeta palestino Ghayath Almadhoun. Traduzido para inúmeras línguas, a obra de Ghayath traz como temáticas principais a guerra e a destruição, a morte e a luta, o exílio e a saudade de casa. No mesmo dia, às 20h, na Igreja São João Evangelista, o Festival Artes Vertentes recebe um dos grandes destaques desta edição: um solo com o pianista japonês Ryutaro Suzuki, presença inédita no festival. Ele irá interpretar obras de Chopin e S. Rachmaninov, dois compositores que possuem uma relação muito forte com o exílio.
Abrindo a programação do dia 26 de setembro, um nome incontornável quando se pensa na questão da Alteridade, tema proposto para esta edição volta ao Festival Artes Vertentes: Ailton Krenak. Ele participará, de maneira virtual, de uma mesa redonda com Joaquim Arena, às 16h30, no Centro Cultural Yves Alves. Na sequência, às 18h, o poeta Ricardo Domeneck apresenta o livro “Cabeça de galinha no chão de cimento”, nas galerias do Centro Cultural Yves Alves. Na ocasião, o convidado realizará a leitura de poemas do livro e de textos criados durante o processo criativo em diálogo com a exposição “Leonilson: Na cor dos lábios do meu amor”.
Duas apresentações musicais fecham a agenda do dia, entre o erudito e o popular. Às 19h30, na Igreja São João Evangelista, o concerto “Schubertiade Ernestiana III” reúne os músicos Jesús Reina (violino), Ryutaro Suzuki (piano), Jacob Katsnelson (piano) e Gustavo Carvalho (piano), na interpretação de obras assinadas por Schubert, Nazareth, Otaka, Rachmaninov e Ginastera. Na sequência, às 21h, o Largo de Sant’Ana, recebe uma apresentação gratuita do Metá Metá, trio formado pelos virtuoses Juçara Marçal, Kiko Dinucci e Thiago França. O grupo une elementos do jazz e rock, da música brasileira e africana, com sonoridades e ritmos únicos, entrelaçados pelos encontros de diversas culturas.
No dia seguinte, 27 de setembro, às 11h, a poeta russa Egana Djabbarova e poeta palestino Ghayath Almadhoun participam de um Ciclo de Ideias nos jardins do IPHAN, numa conversa sobre exílio político com medição de Svetlana Ruseishvili, pesquisadora transdiaspórica (Geórgia – Ucrânia – Rússia) e professora de sociologia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Os jardins do IPHAN também recebem um Café Literário às 16h30, com a aclamada poeta israelense Tal Nitzán, que lança seu romance de estreia Todas as crianças do mundo (editora Ars et Vita), que narra a história delicada de quatro protagonistas humanos e uma gata, em meio à violência arbitrária da vida urbana.
Na sequência, às 18h, o concerto “Notas do cárcere”, reúne um repertório assinado por compositores que foram presos durante os períodos de ditadura, na Igreja São João Evangelista. No repertório, composições assinadas por Bach, Beethoven, Schubert, Erik Satie, Chiquinha Gonzaga e Freitas. Os musicistas convidados são: Dárya Filippenko (viola), Jacob Katsnelson (piano), Hercules Gomes (piano) e Gustavo Carvalho (piano). Fechando a programação do dia, o Centro Cultural Yves Alves recebe o espetáculo “Tebas Land”, às 20h, com direção de Victor Garcia Peralta. A peça narra os encontros entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em contar sua história. Inspirado no mito de Édipo e na vida de São Martinho de Tours, o espetáculo ocorre na quadra de basquete de uma prisão.
O sábado, 28 de setembro, abre sua programação às 11h, com um Café Literário com o pianista Hercules Gomes e o jornalista, escritor e tradutor Irineu Franco Perpétuo na Taberna d’Omar. Criativo representante da tradição do pianista-compositor, com amplo trânsito no repertório erudito e popular, Hercules Gomes falará da diluição das fronteiras dos gêneros na música em conversa com Irineu Franco Perpetuo, autor do livro História Concisa da Música Clássica Brasileira (Alameda Editora). Já às 16h, mais um Café Literário é destaque, na Taberna d’Omar, com a participação de Egana Djabbarova, Marina Skalova, Maria Vragova e Prisca Agustoni. Na conversa serão abordadas questões de autotradução e tradução, já que a Marina Skalova e Prisca Agustoni se autotraduzem de várias línguas e Maria Vragova traduz de russo para português e vice-versa. Mais uma atração literária integra a agenda do dia, às 18h, no Jardim do Centro Cultural Yves Alves: “O que vocês têm a dizer?”, uma performance literária com as poetas Prisca Agustoni e Egana Djabbarova. Na ocasião, Djabbarova lança pela primeira vez no Brasil o seu livro de poesia “Rus bala” (Ars et Vita, 2024).
As artes cênicas e a música são destaque na programação noturna do dia 28. O Centro Cultural Yves Alves será palco, às 19h, da montagem “O Estrangeiro reloaded”, uma adaptação do clássico livro de Albert Camus (1913-1960), Prêmio Nobel de Literatura em 1957, protagonizada pelo ator e diretor Guilherme Leme, com direção de Vera Holtz. Meursault, o personagem central de “O Estrangeiro”, leva uma vida banal, até ser arrastado pela correnteza da vida e da história, numa narrativa que tem como ponto central o absurdo. Na sequência, às 20h30, a Igreja São João Evangelista recebe o concerto “Após um sonho”, que reunirá obras de Haydn, Fauré, Piazzolla e Shostakovich, com a participação dos musicistas Jesús Reina (violino), Dárya Filippenko (viola), Jacob Katsnelson (piano), e Gustavo Carvalho (piano).
O último dia de Festival Artes Vertentes, 29 de setembro, conta com uma programação intensa e diversa. Começando às 11h, o Centro Cultural UFSJ, com uma apresentação do músico Hercules Gomes, que integra a série Artes Vertentes solo. No repertório, uma série de composições autorais, além de obras assinadas por nomes que integram a sua trajetória na música. Encerrando a programação de cinema do Festival Artes Vertentes, o dia 29 conta com uma sessão especial dupla no Centro Cultural Yves Alves que mergulha no conflito árabe-palestino em seus aspectos humanos e culturais. Às 14h, será exibido “Casamentos proibidos na Terra Santa”, documentário de Michel Khleifi que examina vários tipos de casamentos mistos entre árabes e judeus na Palestina e em Israel abrangendo diferentes gerações e classes sociais, mostrando o lado humano de um aspecto do conflito árabe-israelense. Na sequência, às 15h15, o Festival exibe “Diálogo árabe israelense”, de Lionel Rogosin. O documentário foi filmado no porão do Bleecker Street Cinema, cinema de arte fundado pelo diretor Lionel Rogosin em 1960. Durante dois dias, em setembro de 1973, o poeta palestino Rashed Hussein e o escritor israelense Amos Kenan buscam o diálogo como forma de encontrar uma possível solução para o conflito interminável. A sessão dupla de cinema será acompanhada pelo debate Diálogo árabe israelense, com os curadores de cinema, Aaron Cutler e Mariana Shellard e poeta palestino Ghayath Almadhoun, às 16h, também no Centro Cultural Yves Alves.
O escritor e neurocientista Sidarta Ribeiro participa do Café Literário, às 17h30, na Taberna d’Omar, numa conversa a partir do livro “Sonho Manifesto” (Companhia das Letras, 2022). Sidarta estará pela primeira vez na programação do Festival Artes Vertentes. O concerto “O círculo mágico” fecha a programação do 13º Festival Artes Vertentes, às 20h, na Igreja São João Evangelista. Com obras de Enescu, Milhaud, Dukas e Falla, trata-se de um concerto com caráter festivo, que explora uma reflexão sobre o encontro com o incompreensível, resumindo a experiência vivida pelo público e pelos artistas ao longo da programação. Para esta missão, foram escalados: Jesús Reina (violino), Dárya Filippenko (viola), Jacob Katsnelson (piano), e Gustavo Carvalho (piano).
20% dos ingressos da programação musical e de artes cênicas do Festival Artes Vertentes será reservada para distribuição gratuita entre estudantes e professores universitários. Os ingressos poderão ser retirados no dia de cada evento mediante apresentação de comprovante. A distribuição dos ingressos termina meia hora antes do início de cada apresentação.
O 13º Festival Artes Vertentes é realizado pela Ars et Vita e Associação dos Amigos do Festival Artes Vertentes e, é viabilizado com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura com o patrocínio do Itaú Unibanco e pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com patrocínio da Cemig.
Sobre o Festival Artes Vertentes
Criado em 2012 por Luiz Gustavo Carvalho e Maria Vragova, o Festival Artes Vertentes é projeto realizado pela Ars et Vita e pela Associação dos Amigos do Festival Artes Vertentes. O evento vem apresentando, ininterruptamente, uma programação artística que estimula diálogos entre as mais diversas linguagens artísticas e propõe, por meio da arte, reflexões sobre temas de relevância para a sociedade contemporânea. Vencedor do prêmio CONCERTO 2021 e nomeado para o prêmio internacional Classic: NEXT Innovation Award 2022, durante as últimas doze edições, o Festival Artes Vertentes já recebeu mais de 470 artistas, originários de 40 países.
Realizado anualmente em Tiradentes (MG), o Festival Artes Vertentes, considerado um dos eventos mais importantes do país na promoção das artes de forma integradas, será realizado entre os dias 19 e 29 de setembro.
A 13ª edição do Festival Artes Vertentes – Festival Internacional de Artes de Tiradentes, reconhecido como um dos mais importantes festivais de artes integradas do país, será realizada entre os dias 19 e 29 de setembro na cidade histórica. A programação reúne concertos, exposições, espetáculos de artes cênicas, exibições, bate-papos, residências artísticas, oficinas, além de uma série de atividades voltadas para a promoção das artes e do conhecimento.
O tema escolhido para nortear a programação desta edição será Alteridade. A proposta é oferecer uma programação que seja capaz de promover reflexões acerca da importância de se respeitar as individualidades e a construção coletiva na busca pela compreensão das diferenças. “Estamos convictos de que reconhecer a existência de pessoas e culturas singulares e subjetivas, que pensam, agem e entendem o mundo de suas próprias maneiras é um primeiro passo importante para a formação de uma sociedade justa, equilibrada, democrática e tolerante. Estamos empenhados em realizar esta reflexão de forma plural e diversificada”, destaca Luiz Gustavo Carvalho, curador e diretor artístico do Festival Artes Vertentes.
Na área de literatura, entre as participações confirmadas desta edição, estão: o líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor Ailton Krenak. Também estão confirmadas as participações dos escritores e pensadores: Sidarta Ribeiro (Brasil), Prisca Agustoni (Suíça), Ghayath Almadhoun (Palestina), Marina Skalova (França), Joaquim Arena (Cabo Verde), Egana Djabbarova (Rússia), Tal Nitzán (Israel), Vó Geralda (Brasil), Liça Pataxoop (Brasil), Ricardo Domeneck (Brasil), entre outras referências na área.
Na área musical, entre os destaques nacionais desta edição estão: Cátia de França, Metá Metá (Juçara Marçal, Kiko Dinucci e Thiago França), Cristian Budu, Hercules Gomes, Gustavo Carvalho, e Manuela Freua. Entre os destaques internacionais, o violoncelista Guillaume Martigné (França), que vem pela primeira vez ao Brasil, clarinetista Thorsten Johanns (Alemanha), a violinista Sofia Leandro (Portugal), o pianista Ryutaro Suzuki (Japão), que também participa pela primeira vez, o pianista Jacob Katsnelson (Rússia), o violinista Ara Harutyunyan (Armênia), a violinista Dárya Filippenko (Bielorússia), e o fagotista Adolfo Caberizo (Espanha).
No campo das artes visuais, o festival contará com apresentações de trabalhos assinados por nomes como Leonilson (Brasil), Alcino Fernandes (Brasil), que será o artista residente, Alejandro Cartagena (México), Eder Santos (Brasil)), entre outros.
A programação ainda conta com artes cênicas, incluindo a apresentação dos espetáculos Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui, vencedor do Festival Cenas Curtas 2023 e O Estrangeiro reloaded, protagonizado por Guilherme Leme, com direção da Vera Holtz, além do premiado “Tebas Land”. Com dramaturgia do uruguaio Sergio Blanco, e direção de Victor Garcia Peralta, a peça é uma autoficção que acompanha os encontros entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em escrever a história do crime. A montagem é vencedora de diversos prêmios como Shell de Melhor Ator (Otto Jr.), Botequim Cultural de Melhor ator: (Robson Torinni), Melhor diretor: (Victor Garcia Peralta), Melhor espetáculo, o Prêmio Cenym de melhor montagem brasileira, além de receber diversas outras indicações.
Os destaques da programação de cinema serão os filmes de Michel Khleifi (Palestina), Hanna Polak (Polônia), Maria Saakyan (Armênia), Djibril Diop Mambéty (Senegal), Forough Farrokhzad (Irã), Lionel Rogosin (Estados Unidos), Avi Mograbi (Israel), entre outros.
Programação
O primeiro dia do 13º Festival Artes Vertentes, 19 de setembro, contará com uma ampla programação, incluindo a abertura de quatro exposições, às 17h, em diferentes espaços da cidade histórica. O Centro Cultural Yves Alves receberá duas dessas exposições: “Leonilson: Na cor dos lábios do meu amor” e “Alcino Fernandes: Você disse que sabia amar”. Com curadoria de Ricardo Resende e Luiz Gustavo Carvalho, “Leonilson: Na cor dos lábios do meu amor” reúne desenhos, pintura, objetos e instalações do artista. Durante a sua trajetória, Leonilson explorou temas distintos, com os últimos dez anos de produção marcados por uma obra com forte cunho autobiográfico. Em suas obras, o artista percorre o limiar entre o dito e o silenciado, dialogando seu fazer artístico com suas vivências enquanto soropositivo.
Já “Alcino Fernandes: Você disse que sabia amar” é fruto do desejo do Festival Artes Vertentes de ressaltar também o impacto de Leonilson no universo criativo de diferentes artistas contemporâneos, propondo um diálogo entre a obra de um dos maiores nomes da arte brasileira do século XX e a produção de outros artistas que estarão presentes no Festival. É o caso de Fernandes, que será um dos artistas residentes desta 13ª edição. Com uma produção que explora fricções entre violência-sutileza e densidade-vazio, Alcino atravessa a dor como ofício de memória e esquecimento.
O Quatro Cantos Espaço Cultural receberá a exposição “Silêncios dos exílios”. Entrelaçando a escrita e a fotografia, a exposição reúne trabalhos produzidos pela poeta Marina Skalova e a fotógrafa Nadège Abadie. As obras questionam a migração por meio da linguagem e da imagem através de um trabalho delicado desenvolvido entre os anos de 2016 e 2019, envolvendo a participação de quase cem imigrantes. Já a exposição coletiva “Gente que somos… apenas gente” ocupa a Galeria IPHAN reunindo trabalhos realizados pelos alunos e alunas da Ação Cultural Artes Vertentes, que o Festival realiza ao longo do ano na cidade de Tiradentes. Serão apresentados os trabalhos dos alunos dos cursos de Artes Visuais, Fotografia e Cerâmica.
Ainda no primeiro dia, a abertura oficial do 13º Festival Artes Vertentes está marcada para as 18h30, no Centro Cultural Yves Alves. A cerimônia contará com a exibição da videoarte Gente, realizada pelos participantes da Ação Cultural Artes Vertentes e apresentação do Coro VivAvoz e do coro Vozes da APAE. Desde 2013, o Festival Artes Vertentes vai além dos onze dias da programação de cada edição. De fevereiro ao início de dezembro, ele promove a Ação Cultural Artes Vertentes, oferecendo gratuitamente a crianças, adolescentes e adultos de Tiradentes cursos de música, artes visuais, cerâmica e fotografia.
Concluindo a programação de abertura, às 21h, no Largo de Sant’Ana, o público é convidado para o concerto “No rastro de Catarina”, com a cantora, compositora, instrumentista, escritora, sonoplasta e diretora musical, Cátia de França. O repertório contempla as canções que fazem parte do quinto disco de estúdio da paraibana, que possui uma vasta trajetória musical pautada pela evolução de ritmos, experimentações e parcerias com artistas como Zé Ramalho, Dominguinhos, Sivuca, Lulu Santos, Chico César, Elba Ramalho e Bezerra da Silva.
No dia 20 de setembro, às 17h30, o violoncelista francês Guillaume Martigné se apresenta na Igreja Nossa Senhora da Penha de França, no distrito de Bichinho. No repertório do concerto, obras de Johann Sebastian Bach, Gaspar Cassadó e Gilberto Paganini. Às 19h, o Jardim do Museu Padre Toledo exibe “A pequena vendedora de Sol”, uma das obras-primas do mestre senegalês Djibril Diop Mambéty. Além dessa exibição, o média (45 min.) poderá ser visto gratuitamente em mais quatro sessões, nos dias 24 e 25 de setembro, terça e quarta-feira respectivamente, 10h e às 16h, no Centro Cultural Yves Alves.
Já às 20h, o Centro Cultural Yves Alves será palco do espetáculo “Corpo, Preto, Surdo: Nós Estamos Aqui”, vencedor do Festival Cenas Curtas 2023, promovido pelo Galpão Cine Horto, abordando a experiência de pessoas surdas e ouvintes negras e traz à tona questões essenciais de inclusão e diversidade nas artes. A montagem tem direção de Carlandreia Ribeiro, com texto escrito por ela em parceria com Marcos Andrade, e direção de texto em Libras por Dinalva Andrade.
O Ciclo de Ideias abre a programação do dia 21 de setembro, às 11h, no Jardim do IPHAN, promovendo uma conversa sobre formas de educação fora das paredes escolares com a participação de Vó Geralda, autora do livro “A porta aberta do sertão: histórias de Vó Geralda”, da educadora e liderança indígena Dona Liça Pataxoop e Isabela Nogueira.
Já às 15h, será inaugurada a exposição “A linha invisível” no Solar da Baronesa, em São João Del Rei. A exposição reúne trabalhos assinados por três artistas contemporâneos: o fotógrafo mexicano Alejandro Cartagena, o videoartista mineiro Éder Santos e o poeta palestino Ghayath Almadhoun. As obras selecionadas tratam sobre os limites geográficos impostos pela sociedade, que são capazes de restringir ou delimitar a extensão do nosso olhar e alterar a nossa percepção em relação ao outro. Com curadoria de Luiz Gustavo Carvalho, a exposição ficará em cartaz entre os dias 21 de setembro a 13 de outubro.
Às 16h, o Centro Cultural UFSJ também receberá o lançamento de “Falta de ar”, livro da poeta franco-alemã de origem russa Marina Skalova. A atividade irá contar com a participação da autora, que fará algumas leituras de peças da obra, acompanhada pela violinista portuguesa Sofia Leandro e pelo percussionista Bruno Santos. Em paralelo, também às 16h, o Centro Cultural Yves Alves abre a programação cinematográfica do Artes Vertentes com a exibição de “A paixão de JL”, com direção de Carlos Nader. O documentário traz um recorte do cotidiano de Leonilson com base em um diário em fitas cassete, nas quais ele gravou pensamentos, memórias e comentários sobre acontecimentos da época, sua relação com o trabalho e o impacto causado pelo diagnóstico de HIV.
Na sequência, às 18h45, Casa Museu Padre Toledo exibe o filme “Essa não sou eu”, drama russo/armênio de Maria Saakyan, um retrato de duas gerações de mulheres. Uma, diretora de um coral de prestígio internacional. A outra, sua filha, perdida entre a solidão e a tecnologia e experimentando os primeiros extremos da emoção adolescentes. Fechando a programação do dia 21 de setembro, às 20h30, a Igreja São João Evangelista, em Tiradentes, recebe o concerto “Schubertiade Ernestiana I”, com obras de Schubert e Lobo. Participam do concerto, os musicistas: Neto Bellotto (contrabaixo), Ryutaro Suzuki (piano), Jacob Katsnelson (piano) e Gustavo Carvalho (piano).
A programação do dia 22 de setembro terá início às 10h com um Café Literário no Sítio Serra Azul, na zona rural de Tiradentes, com a participação de Vó Geralda, que celebra o lançamento do livro “A porta aberta do sertão: histórias da Vó Geralda” (Relicário, 2024 e Rosana Nascimento. Na sequência, às 12h, o público terá a oportunidade de conferir, na Igreja São João Evangelista, o concerto “Ludus tonalis”, reunindo obras de Bach, Hindemith, Beethoven e Mozart. As peças serão executadas por Fábio Ogata (trompa), Ara Harutyunyan (violino), Dárya Filippenko (viola), Guillaume Martigné (cello), Jacob Katsnelson (piano) e Ryutaro Suzuki (piano).
Já as 15h, o Centro Cultural Yves Alves exibe o filme “Relações de classe”, do duo Danièlle Huillet e Jean-Marie Straub, dois dos maiores nomes da história do cinema de autor. Mais um Café Literário será realizado, às 16h, na Taberna d’Omar, com o escritor cabo-verdiano Joaquim Arena, vencedor do Prêmio Oceanos 2023 na categoria prosa pelo livro “Siríaco e Mister Charles”. O premiado livro do autor caboverdiano acompanha a história da improvável amizade entre o jovem Charles Darwin e Siríaco, um velho negro, ex-escravizado, que sofre de vitiligo. Sobrevoando os territórios da História e da imaginação, este é um romance sobre cumplicidade, raça, racismo, império e memória.
Dois concertos fecham a programação do dia 22 de setembro. Às 17h30, o concerto “Ao pôr do sol”, irá ocorrer ao ar livre, no Largo de Sant’Ana, apresentando obras de Rebecca Clarke, Schubert, Schnittke, interpretadas por Thorsten Johanns (clarineta), Adolfo Cabrerizo (fagote), Fábio Ogata (trompa), Ara Harutyunyan (violino), Sofia Leandro (violino), Dárya Filippenko (viola), Guillaume Martigné (cello) e Neto Bellotto (contrabaixo). Mais tarde, às 20h30, o Jardim do Museu Padre Toledo será palco do concerto “Fragmentos kafkianos”, que celebra o repertório de Kurtág, um compositor húngaro (ainda vivo), com a participação de Manuela Freua (soprano) e Sofia Leandro (violino). A apresentação é uma homenagem à efeméride de Kafka, que se estende por 2024, bem como os impulsos trazidos por meio de sua obra, evocando reflexões acerca da alteridade.
Após um fim de semana intenso, a programação do 13º Festival Artes Vertentes segue em pleno vapor ao longo de toda a semana. A programação do dia 23 de setembro inclui a realização de dois concertos. O primeiro deles, “Schubertiade Ernestiana II”, será no formato didático, e receberá alunos das escolas de Tiradentes. A atividade está marcada para às 15h30, na Igreja São João Evangelista, reunindo peças de Schubert, ao lado de brasileiros, como Ernesto Nazareth, Radamés Gnatalli, Tia Amélia, Chiquinha Gonzaga, Henrique Alves de Mesquita e Francisco Mignone, interpretadas por Cristian Budu (piano) e Gustavo Carvalho (piano).
O segundo concerto do dia, “A flor da pele”, dá continuidade ao diálogo entre a erudito e o popular e irá retratar a música de diversos compositores que foram perseguidos e tiveram suas composições proibidas por diversas ditaduras ao redor do mundo. A apresentação está prevista para começar às 18h, também na Igreja São João Evangelista. No repertório, obras de Messiaen, Guarany, Nascimento, Gál, Berg, Vasques Dias, Taiguara, Buarque. A execução ficará por conta de Manuela Freua (soprano), Thorsten Johanns (clarineta), Ara Harutyunyan (violino), Sofia Leandro (violino), Guillaume Martigné (cello), Jacob Katsnelson (piano), Gustavo Carvalho (piano) e Bruno Santos (percussão).
Fechando o dia 23, o cinema russo é destaque com a exibição do longa “Algo melhor por vir”, de Hanna Polak, às 20h, no Jardim do Museu Padre Toledo. O filme acompanha Julia, que tem um sonho: ter uma vida normal. Durante 14 anos, a diretora Hanna Polak acompanha a vida de Iulia no território proibido da Svalka, um lixão localizado a apenas 20 quilômetros do Kremlin, na Rússia de Vladimir Putin.
No dia 24 de setembro, às 17 horas, o Ciclo de Ideias “A arte do expurgo ou da fraternidade – Leonilson e a contemporaneidade”, recebe o escritor Ricardo Domeneck e o artista visual Alcino Fernandes, para uma conversa acerca da obra de Leonilson. Na sequência, às 19h, o Festival Artes Vertentes exibe no Jardim do Museu Padre Toledo o único filme dirigido pela pioneira poeta iraniana feminista Forough Farrokhzad: o documentário “A casa é escura”. No curta-metragem, Farrokhzad encontra uma graça inesperada onde poucos pensariam em olhar: uma colônia de leprosos cujos habitantes vivem, amam, aprendem, brincam em uma comunidade independente isolada do resto do mundo. Encerrando o dia, às 19h30, o concerto “A alguns centímetros do chão: Hommage à Robert Schumann” apresenta uma coletânea de obras de R. Schumann, Clara Schumann e Kurtág. As peças serão executadas por Thorsten Johanns (clarineta), Dárya Filippenko (viola), Guillaume Martigné (cello) e Gustavo Carvalho (piano). A apresentação será na Igreja São João Evangelista.
Já no dia 25 de setembro, literatura e cinema de encontram no Jardim do Museu Padre Toledo, às 19h, com a performance literária “Leite negro” e a exibição de videopoemas do poeta palestino Ghayath Almadhoun. Traduzido para inúmeras línguas, a obra de Ghayath traz como temáticas principais a guerra e a destruição, a morte e a luta, o exílio e a saudade de casa. No mesmo dia, às 20h, na Igreja São João Evangelista, o Festival Artes Vertentes recebe um dos grandes destaques desta edição: um solo com o pianista japonês Ryutaro Suzuki, presença inédita no festival. Ele irá interpretar obras de Chopin e S. Rachmaninov, dois compositores que possuem uma relação muito forte com o exílio.
Abrindo a programação do dia 26 de setembro, um nome incontornável quando se pensa na questão da Alteridade, tema proposto para esta edição volta ao Festival Artes Vertentes: Ailton Krenak. Ele participará, de maneira virtual, de uma mesa redonda com Joaquim Arena, às 16h30, no Centro Cultural Yves Alves. Na sequência, às 18h, o poeta Ricardo Domeneck apresenta o livro “Cabeça de galinha no chão de cimento”, nas galerias do Centro Cultural Yves Alves. Na ocasião, o convidado realizará a leitura de poemas do livro e de textos criados durante o processo criativo em diálogo com a exposição “Leonilson: Na cor dos lábios do meu amor”.
Duas apresentações musicais fecham a agenda do dia, entre o erudito e o popular. Às 19h30, na Igreja São João Evangelista, o concerto “Schubertiade Ernestiana III” reúne os músicos Jesús Reina (violino), Ryutaro Suzuki (piano), Jacob Katsnelson (piano) e Gustavo Carvalho (piano), na interpretação de obras assinadas por Schubert, Nazareth, Otaka, Rachmaninov e Ginastera. Na sequência, às 21h, o Largo de Sant’Ana, recebe uma apresentação gratuita do Metá Metá, trio formado pelos virtuoses Juçara Marçal, Kiko Dinucci e Thiago França. O grupo une elementos do jazz e rock, da música brasileira e africana, com sonoridades e ritmos únicos, entrelaçados pelos encontros de diversas culturas.
No dia seguinte, 27 de setembro, às 11h, a poeta russa Egana Djabbarova e poeta palestino Ghayath Almadhoun participam de um Ciclo de Ideias nos jardins do IPHAN, numa conversa sobre exílio político com medição de Svetlana Ruseishvili, pesquisadora transdiaspórica (Geórgia – Ucrânia – Rússia) e professora de sociologia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Os jardins do IPHAN também recebem um Café Literário às 16h30, com a aclamada poeta israelense Tal Nitzán, que lança seu romance de estreia Todas as crianças do mundo (editora Ars et Vita), que narra a história delicada de quatro protagonistas humanos e uma gata, em meio à violência arbitrária da vida urbana.
Na sequência, às 18h, o concerto “Notas do cárcere”, reúne um repertório assinado por compositores que foram presos durante os períodos de ditadura, na Igreja São João Evangelista. No repertório, composições assinadas por Bach, Beethoven, Schubert, Erik Satie, Chiquinha Gonzaga e Freitas. Os musicistas convidados são: Dárya Filippenko (viola), Jacob Katsnelson (piano), Hercules Gomes (piano) e Gustavo Carvalho (piano). Fechando a programação do dia, o Centro Cultural Yves Alves recebe o espetáculo “Tebas Land”, às 20h, com direção de Victor Garcia Peralta. A peça narra os encontros entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em contar sua história. Inspirado no mito de Édipo e na vida de São Martinho de Tours, o espetáculo ocorre na quadra de basquete de uma prisão.
O sábado, 28 de setembro, abre sua programação às 11h, com um Café Literário com o pianista Hercules Gomes e o jornalista, escritor e tradutor Irineu Franco Perpétuo na Taberna d’Omar. Criativo representante da tradição do pianista-compositor, com amplo trânsito no repertório erudito e popular, Hercules Gomes falará da diluição das fronteiras dos gêneros na música em conversa com Irineu Franco Perpetuo, autor do livro História Concisa da Música Clássica Brasileira (Alameda Editora). Já às 16h, mais um Café Literário é destaque, na Taberna d’Omar, com a participação de Egana Djabbarova, Marina Skalova, Maria Vragova e Prisca Agustoni. Na conversa serão abordadas questões de autotradução e tradução, já que a Marina Skalova e Prisca Agustoni se autotraduzem de várias línguas e Maria Vragova traduz de russo para português e vice-versa. Mais uma atração literária integra a agenda do dia, às 18h, no Jardim do Centro Cultural Yves Alves: “O que vocês têm a dizer?”, uma performance literária com as poetas Prisca Agustoni e Egana Djabbarova. Na ocasião, Djabbarova lança pela primeira vez no Brasil o seu livro de poesia “Rus bala” (Ars et Vita, 2024).
As artes cênicas e a música são destaque na programação noturna do dia 28. O Centro Cultural Yves Alves será palco, às 19h, da montagem “O Estrangeiro reloaded”, uma adaptação do clássico livro de Albert Camus (1913-1960), Prêmio Nobel de Literatura em 1957, protagonizada pelo ator e diretor Guilherme Leme, com direção de Vera Holtz. Meursault, o personagem central de “O Estrangeiro”, leva uma vida banal, até ser arrastado pela correnteza da vida e da história, numa narrativa que tem como ponto central o absurdo. Na sequência, às 20h30, a Igreja São João Evangelista recebe o concerto “Após um sonho”, que reunirá obras de Haydn, Fauré, Piazzolla e Shostakovich, com a participação dos musicistas Jesús Reina (violino), Dárya Filippenko (viola), Jacob Katsnelson (piano), e Gustavo Carvalho (piano).
O último dia de Festival Artes Vertentes, 29 de setembro, conta com uma programação intensa e diversa. Começando às 11h, o Centro Cultural UFSJ, com uma apresentação do músico Hercules Gomes, que integra a série Artes Vertentes solo. No repertório, uma série de composições autorais, além de obras assinadas por nomes que integram a sua trajetória na música. Encerrando a programação de cinema do Festival Artes Vertentes, o dia 29 conta com uma sessão especial dupla no Centro Cultural Yves Alves que mergulha no conflito árabe-palestino em seus aspectos humanos e culturais. Às 14h, será exibido “Casamentos proibidos na Terra Santa”, documentário de Michel Khleifi que examina vários tipos de casamentos mistos entre árabes e judeus na Palestina e em Israel abrangendo diferentes gerações e classes sociais, mostrando o lado humano de um aspecto do conflito árabe-israelense. Na sequência, às 15h15, o Festival exibe “Diálogo árabe israelense”, de Lionel Rogosin. O documentário foi filmado no porão do Bleecker Street Cinema, cinema de arte fundado pelo diretor Lionel Rogosin em 1960. Durante dois dias, em setembro de 1973, o poeta palestino Rashed Hussein e o escritor israelense Amos Kenan buscam o diálogo como forma de encontrar uma possível solução para o conflito interminável. A sessão dupla de cinema será acompanhada pelo debate Diálogo árabe israelense, com os curadores de cinema, Aaron Cutler e Mariana Shellard e poeta palestino Ghayath Almadhoun, às 16h, também no Centro Cultural Yves Alves.
O escritor e neurocientista Sidarta Ribeiro participa do Café Literário, às 17h30, na Taberna d’Omar, numa conversa a partir do livro “Sonho Manifesto” (Companhia das Letras, 2022). Sidarta estará pela primeira vez na programação do Festival Artes Vertentes. O concerto “O círculo mágico” fecha a programação do 13º Festival Artes Vertentes, às 20h, na Igreja São João Evangelista. Com obras de Enescu, Milhaud, Dukas e Falla, trata-se de um concerto com caráter festivo, que explora uma reflexão sobre o encontro com o incompreensível, resumindo a experiência vivida pelo público e pelos artistas ao longo da programação. Para esta missão, foram escalados: Jesús Reina (violino), Dárya Filippenko (viola), Jacob Katsnelson (piano), e Gustavo Carvalho (piano).
20% dos ingressos da programação musical e de artes cênicas do Festival Artes Vertentes será reservada para distribuição gratuita entre estudantes e professores universitários. Os ingressos poderão ser retirados no dia de cada evento mediante apresentação de comprovante. A distribuição dos ingressos termina meia hora antes do início de cada apresentação.
O 13º Festival Artes Vertentes é realizado pela Ars et Vita e Associação dos Amigos do Festival Artes Vertentes e, é viabilizado com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura com o patrocínio do Itaú Unibanco e pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, com patrocínio da Cemig.
Sobre o Festival Artes Vertentes
Criado em 2012 por Luiz Gustavo Carvalho e Maria Vragova, o Festival Artes Vertentes é projeto realizado pela Ars et Vita e pela Associação dos Amigos do Festival Artes Vertentes. O evento vem apresentando, ininterruptamente, uma programação artística que estimula diálogos entre as mais diversas linguagens artísticas e propõe, por meio da arte, reflexões sobre temas de relevância para a sociedade contemporânea. Vencedor do prêmio CONCERTO 2021 e nomeado para o prêmio internacional Classic: NEXT Innovation Award 2022, durante as últimas doze edições, o Festival Artes Vertentes já recebeu mais de 470 artistas, originários de 40 países.